André Ventura: "Ou há Governo com o Chega ou não há Governo"
28-01-2023 - 17:05
 • Manuela Pires

André Ventura rejeita uma geringonça à direita e diz que o CHEGA não se vai vender ao PSD. Em declarações aos jornalistas, na hora de votar, o líder do partido definiu as áreas chave para um futuro governo.

André Ventura quer que a convenção decida o que o partido deve fazer num futuro Governo. Mas já tem uma ideia definida. Não há geringonça de direita e, por isso, restam duas hipóteses, ou há governo com o CHEGA ou não há governo.

Embalado nas sondagens que apontam para os 15 por cento de votos, André Ventura diz acreditar que o partido vai conseguir ultrapassar o PSD nas legislativas, mas se isso não acontecer, há que definir desde já o que o partido deve fazer.

“Não haverá geringonça de direita. Só há duas hipóteses: ou não há governo ou há governo com o CHEGA” referiu André Ventura.

Mas o líder do partido quer ir para o Governo com o PSD com pastas bem definidas, a Segurança Social, a reforma da justiça e do sistema político e a educação são áreas chave, onde o partido quer ter uma palavra a dizer.

“Os governos do PSD não têm sido muito diferentes dos do PS, nós exigimos que, para mudar Portugal, temos áreas chave como a educação, a justiça, Segurança Social, administração interna”, referiu André Ventura, questionado pela Renascença.

“Que o teto me caia aqui em cima se não seremos líderes de um Governo"

Antes do almoço, o líder do partido apresentou a moção com que foi a votos esta tarde na convenção em Santarém. O presidente do Chega justificou a recandidatura ao cargo porque considera que é o único capaz de dar esperança aos portugueses e, o partido, o único que é "a única cura" contra o "vírus mortal" do socialismo.

“Hoje, o PS é como um vírus que passa pelo corpo nacional, só que esse vírus combate todos - médicos e doentes, estavam todos infetados. E nasceu uma única cura e essa cura temos de ser nós, um Chega forte”, referiu André Ventura no discurso do fim da manhã, neste segundo dia da convenção.

A moção de apenas seis páginas, e sem propostas concretas para o país, dá conta da vontade do líder em ser governo em Portugal.

Aos delegados André Ventura disse ter “condições nos próximos quatro anos para levar este partido ao que ele merece, a liderar um Governo de Portugal".

“Tenho três grandes objetivos para o futuro: "Vencer cada uma das eleições, mostrar que somos o principal partido português e que o teto me caia em cima da cabeça se não havemos de ser um dia líderes do Governo de Portugal".

No placo desta convenção, vão passando as fotografias dos 12 deputados, os “12 guerreiros” como são chamados pelo partido. André Ventura tem a certeza que a bancada do Chega é a única que faz oposição e que sofre as dores dos portugueses.

“Há um único partido que lidera a oposição, que sofre como estivéssemos ali a sofrer as dores dos portugueses, nós revoltamo-nos porque sentimos a revolta de um povo que não aguenta mais décadas de socialismo”, rematou André Ventura.