O Ministério da Saúde reconhece dificuldades na rede de cuidados paliativos. Em resposta por escrito à Renascença, promete investimentos e sublinha que está prevista a criação de novas equipas para todo o país.
O Governo reage assim ao relatório de Outono do Observatório Português dos Cuidados Paliativos (OPCP), segundo o qual estes cuidados regrediram e a rede nacional precisa de mais 400 médicos e dois mil enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais.
O Ministério da Saúde admite problemas, mas garante que todos os distritos têm pelo menos uma resposta específica de cuidados paliativos.
“Existem dificuldades, mas o Ministério da Saúde tem apostado nesta área, estando prevista a criação de novas equipas em todo país para dar respostas mais qualificadas a mais utentes”, responde o gabinete da ministra Marta Temido.
Questionado pela Renascença, o Governo “reconhece a necessidade de apostar em profissionais com formação especifica em cuidados paliativos, de modo a garantir equipas especializadas, estando o assunto em acompanhamento pela Comissão Nacional dos Cuidados Paliativos”.
A ministra da Saúde anunciou, na quarta-feira, um reforço de 800 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde e um plano plurianual de investimentos.
A tutela não adianta quanto deste dinheiro será destinado aos cuidados paliativos. É uma “matéria ainda em discussão, no âmbito da preparação Orçamento do Estado para 2020”, refere.
O Ministério da Saúde explica que, em 2017, iniciou um plano que “orienta o desenvolvimento da atividade dos cuidados paliativos”.
Atualmente, adianta, “existem 24 equipas comunitárias de suporte em cuidados paliativos e equipas intra-hospitalares de suporte em cuidados paliativos em todos os hospitais do SNS”.
A tutela destaca a abertura de “duas novas Unidades de Cuidados Paliativos (internamento): Uma no Centro Hospitalar Baixo Vouga e outra no Centro Hospitalar Universitário de São João” e que está prevista a abertura, no início de 2020, de uma unidade com oito camas no hospital de Faro.