Médicos e enfermeiros só recebem aumento salarial a partir de maio
21-04-2020 - 07:04
 • Renascença com Lusa

Atraso na "parametrização dos sistemas informáticos" não permite que aumento na função pública se aplica aos profissionais de saúde este mês.

Os profissionais de saúde apenas vão receber o aumento salarial da função pública em maio, segundo confirmou o Ministério da Saúde ao jornal Público, devido a não ter conseguido "parametrizar o sistema infomático" durante este mês.

"O pagamento em abril depende das circunstâncias concretas de cada área. No Ministério da Saúde não foi possível efectuar a parametrização dos sistemas informáticos no corrente mês. O processamento ocorrerá no próximo mês, com efeitos a janeiro", afirmou o Ministério da Saúde, sem referir os motivos para falhar o processamento a tempo.

Os profissionais de saúde como médicos, enfermeiros e auxiliares ficam sem o aumento de 0,3% que está a ser pago a todos os funcionários públicos já este mês, que será pago no próximo mês, com retroativos em janeiro. De acordo com o jornal, o Sistema informático é gerido pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

Os funcionários públicos começaram a receber os seus salários de abril na segunda-feira com os aumentos de 0,3% para a generalidade dos trabalhadores e de 10 euros para as remunerações inferiores a 700 euros, com retroativos a janeiro.

A decisão de manter o aumento salarial em plena pandemia da Covid-19 foi questionada por diversos líderes políticos como Rui Rio, que diz que os aumentos "não podiam acontecer este ano".

"Bem sei que 0,3% é pouco. Mas quando há trabalhadores em 'lay-off' a receber só 2/3 do salário, outros atirados para o desemprego e as finanças públicas brutalmente pressionadas pelos gastos que estamos a ter de fazer, estes aumentos não podiam acontecer", afirmou, nas redes sociais.

João Cotrim Figueiredo, deputado da Iniciativa Liberal, questiona a igualdade entre os funcionários do setor público e preivado.

“Não se vislumbra qualquer motivo para os sacrifícios que estão a ser pedidos não serem repartidos, de forma justa e equitativa, por todos os trabalhadores, incluindo os do setor público que se encontrem em situações análogas”, defende.