Twitter. Elon Musk promete testar os limites da liberdade de expressão
28-10-2022 - 22:44
 • Reuters

Elon Musk já adquiriu a rede social e as reações não se fizeram esperar. Figuras da política mundial, como Donald Trump e Medvedev, saudam aquilo que acreditam ser uma vitória da liberdade de expressão sobre a "ditadura ideológica" do Twitter.

Poucas horas depois de Elon Musk ter dado início a uma nova era no Twitter, o bilionário foi inundado com pedidos de utilizadores com contas banidas e de figuras da política internacional.

A enxurrada de solicitações ressalta o desafio que o presidente-executivo da Tesla enfrenta, ao tentar equilibrar a promessa de restaurar a liberdade de expressão e impedir que a plataforma desça "a uma pasiagem infernal", como prometeu numa carta aberta aos anunciantes, esta quinta-feira.

O ex-presidente norte-americano Donald Trump, que foi permanentemente banido da rede social por incitar à violência na invasão ao Capitólio, de 6 de janeiro de 2021, saudou a aquisição, mas foi parco sobre um eventual retorno da sua conta.

"Estou muito feliz pelo Twitter estar em boas mãos agora e não ser mais administrado por lunáticos e maníacos da esquerda radical que realmente odeiam o nosso país."

Dmitry Medvedev, antigo presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, parabenizou Musk no Twitter.

"Boa sorte, Elon Musk, em superar o viés político e a ditadura ideológica no Twitter. E desiste da Starlink na Ucrânia", referindo-se ao financiamento da internet na Ucrânia pela empresa de Musk.

Outros pediram a Musk para reverter as suspensões das suas contas na plataforma. Em resposta a um perfil anónimo com 852 mil seguidores, utilizador conhecido por ser um grande apoiante das alegações de fraude eleitoral de Trump e que disse que foi "banido", Elon Musk respondeu que iria "investigar mais hoje".

"Olá, Elon Musk. Agora que és dono do Twitter, vais ajudar a lutar contra a lei de censura online C-11 do Trudeau?", tweetou a Canada Proud, organização que exige a demissão do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau.

"Primeira vez que ouço [falar disso]", respondeu Musk.

A pressão sobre Elon Musk e o Twitter tem aumentado, uma vez que o dono da Tesla se deverá dirigir à equipa da empresa depois de selar o acordo.

Musk não deu muitos detalhes sobre como vai reestruturar a companhia, mas já admitiu despedimentos, o que tem deixado os 7.500 funcionários da rede social preocupados com o futuro dos seus empregos.

Entretanto, o novo proprietário do Twitter já demitiu alguns dos grandes nomes da empresa, como o diretor executivo, Parag Agrawal, e o diretor financeiro, Ned Segal. Musk também afastou os membros do conselho geral.

"O pássaro foi libertado", tweetou Elon Musk.