Produtor de cinema Paulo Branco vence Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura 2022
29-11-2022 - 15:23
 • Maria João Costa

Júri decidiu por maioria atribuir o prémio a Paulo Branco. Consideram que “o trabalho de Paulo Branco trouxe uma imensa riqueza no alargamento dos horizontes estéticos do cinema mundial”. O galardão tem o valor de 75 mil euros

O produtor de cinema e diretor do Festival Lisbon & Sintra Film Festival Paulo Branco é a personalidade distinguida esta terça-feira com o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura 2022. A decisão do júri que reuniu no Palácio da Ajuda, em Lisboa foi tomada por maioria.

Segundo um comunicado do Ministério da Cultura, a decisão “agracia o perfil independente no cinema autoral, na produção e coprodução” de Paulo Branco que na sua carreira, abriu “novos percursos e olhares, construindo pontes entre a península ibérica e o resto do mundo”.

Na sua carreira, Paulo Branco soma a produção de mais de trezentos filmes, entre os quais peliculas de realizadores portugueses como Manoel de Oliveira, João Botelho ou Teresa Villaverde, bem como de cineastas estrangeiros, como Wim Wenders, David Cronenberg ou Alain Tanner.

Segundo o júri, Paulo Branco, revela “empenho nas suas sempre novas visões e variadas expressões cinematográficas”, assim como um “dedicado compromisso nos vários campos do cinema, meio que incorpora a literatura, a música, as artes plásticas e a pintura”.

Na conclusão da ata o júri conclui: “O trabalho de Paulo Branco trouxe uma imensa riqueza no alargamento dos horizontes estéticos do cinema mundial”. O júri, presidido pela espanhola Adriana Moscoso (diretora-geral de Indústrias Culturais e Propriedade Intelectual) é composto, de Portugal pela a atriz Leonor Silveira, o arquiteto João Luís Carrilho da Graça e o docente da Universidade de Salamanca, Pedro Serra e de Espanha por Ângeles González-Sinde (presidente do Real Patronato do Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia) e Luís Garcia Montero (diretor do Instituto Cervantes).

Com caráter bienal, o Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura não foi entregue em 2020 devido à pandemia. Com o valor pecuniário de 75 mil euros, o prémio criado em 2006 tem como propósito de consagrar uma personalidade de cultura, “autor, pensador, criador ou intérprete vivo, ou ainda uma pessoa coletiva sem fins lucrativos que, por intermédio da sua ação na área das artes e cultura, tenha contribuído significativamente para o reforço dos laços entre os dois Estados e para um maior conhecimento recíproco da criação ou do pensamento”, indica o comunicado.

O primeiro galardoado do prémio, foi em 2006 o poeta e tradutor José Bento e o último, em 2018 foi a fadista Mariza. Nomes como Pilar del Rio, Lídia Jorge ou o arquiteto Álvaro Siza Vieira estão entre outras personalidades já distinguidas com este prémio.

Produtor internacional, Paulo Branco é hoje “o segundo maior exibidor e distribuidor cinematográfico com a Medeia Filmes e a Leopardo Filmes”, destaca o comunicado do gabinete de Pedro Adão e Silva.

“Defensor do cinema europeu, estreou mais de cinquenta filmes portugueses nas últimas décadas. Tem sido presença assídua nos mais importantes festivais a nível mundial, como o Festival de Cannes, Festival de Veneza, Festival de Locarno Festival de Berlim, New York Film Festival, Festival de Toronto, Festival de Tóquio ou a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo”.