O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, diz que não há uma receita a nível europeu para combater com eficácia os fenómenos de violência no desporto.
Confrontado pela Renascença com os recentes episódios de violência, em particular o que envolveu alegados adeptos do Benfica e do Ajax e que levou a UEFA a abrir um inquérito aos dois clubes, João Paulo Rebelo lembrou que o fenómeno é transversal aos diversos países.
"Vou ouvindo falar do panorama nacional como se ele representasse uma qualquer e absoluta exceção no mundo e em particular na Europa. A verdade é que participo regularmente nas reuniões do Conselho da União Europeia e ao nível mesmo do próprio Conselho Europeu, onde existe uma convenção precisamente para tratar destas matérias. E não há nenhum colega meu, secretário de Estado ou mesmo ministro, que levante o braço e diga: 'sigam a minha receita, porque no meu país não tenho problema de violência no desporto'", frisou o secretário de Estado.
"Precisamos de uma boa aplicabilidade da lei" e a responsabilidade "cabe a todos os agentes desportivos"
João Paulo Rebelo reconhece que "há um fenómeno, que é o fenómeno da violência, que nada tem a ver com o desporto" e que todos devem estar "empenhados em combater e, no fundo, em erradicar".
Sem comentar a detenção do ex-presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, a propósito das agressões em Alcochete, o secretário de Estado do Desporto diz que cabe a todos os agentes combater a violência:
"Às vezes, mais até do que boas leis, precisamos de uma boa aplicabilidade da lei. Mas é evidente que cabe a todos os dirigentes desportivos. E não excluo a comunicação social, que tem um papel preponderante sobretudo no que diz respeito à não propagação de um discurso de ódio que, como sabemos, está no desporto de uma forma geral, nomeadamente nas redes sociais, que são fenómenos aos quais temos de estar atentos e temos de procurar soluções para eles".
Desde o primeiro dia de novembro que está em funcionamento a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, que terá "a vantagem de estar absolutamente focada e, no fundo, especializada" no tema da violência no desporto.
"Para todos os efeitos, as competências já são da Autoridade e nós acreditamos que é mais uma resposta para uma melhor resolução destes casos que nada têm a ver com o desporto e que todos temos de estar disponíveis para ajudar a erradicar", concluiu João Paulo Rebelo.