Sérgio Sousa Pinto defende que o politicamente correto é "ameaça à liberdade"
26-05-2021 - 15:56

O deputado socialista integrou esta quarta-feira o painel "A intolerância cultural e a ditadura do politicamente correto", juntamente com João Miguel Tavares, Helena Matos e Pedro Boucherie Mendes

A "ditadura do politicamente correto" esteve em debate na terceira convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), com o socialista Sérgio Sousa Pinto a defender que esta questão é "uma ameaça efetiva à liberdade".

O deputado socialista integrou esta quarta-feira o painel "A intolerância cultural e a ditadura do politicamente correto", juntamente com João Miguel Tavares, Helena Matos e Pedro Boucherie Mendes, e que contou com a moderação do ex-presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social Carlos Magno.

Na sua intervenção, Sousa Pinto considerou que o politicamente correto, hoje em dia, está relacionado com a “purificação da linguagem” e que a política do cancelamento é “uma tentativa de ostracismo”.

"Quando combatemos o politicamente correto como se fosse uma tara marginal, não é, é uma ameaça efetiva à liberdade", salientou, apontando que o objetivo passa pela "congregação de ressentimentos" num "exército de zangados".

O deputado salientou ainda que "este fenómeno ocorreu na esquerda, mas a esquerda não é isto".

Antes, também João Miguel Tavares tinha apontando que esta questão é "uma deriva puritana oriunda da esquerda" e salientou que "o problema da intolerância cultural e do politicamente correto" é que "simplifica tudo".

"Reduz a riqueza dos homens à linearidade cega de uma matriz predefinida, é uma máquina trituradora da complexidade da vida, é uma máquina que descontextualiza, que dissocia palavras de intenções, que equivale a linguagem aos atos, que reduz tudo a uma literalidade indigente", elencou.

A autora Helena Matos apontou que a privação da linguagem "é uma forma de controlo", falando na existência de uma "instituição de casta em termos de discurso", e criticou que a "riqueza de discurso está a ser proibida a um setor da sociedade, ao setor que não usa o politicamente correto".

No encerramento do painel, o moderador Carlos Magno foi interrompido pela entrada na sala do presidente do Chega, André Ventura, rodeado por fotojornalistas e operadores de imagem, e seguido por vários apoiantes.

O momento provocou algum barulho e palmas na assistência, o que levou Carlos Magno a calar-se num momento em que falava do fundador do CDS Francisco Lucas Pires.

A terceira convenção do MEL decorre entre terça-feira e hoje no Centro de Congressos de Lisboa, e será encerrada pelo presidente do PSD, Rui Rio, com uma intervenção marcada para as 20h00. Passaram também por esta iniciativa à direita os líderes da Iniciativa Libera, João Cotrim Figueiredo, do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos (que encerrou o primeiro dia de trabalhos), e do Chega, André Ventura.