Inspectores da PJ suspeitos de receber dinheiro para deixar entrar droga em Portugal
05-04-2016 - 12:16
 • Carla Caixinha , Celso Paiva Sol

Um inspector-chefe e um coordenador reformado da Polícia Judiciária estão entre os 15 detidos da operação "Aquiles".

Um inspector-chefe no activo e um coordenador reformado da Polícia Judiciária (PJ) estão entre 15 detidos, esta terça-feira, no âmbito da operação "Aquiles". São suspeitos de corrupção activa e passiva, branqueamento de capitais e tráfico de droga.

A operação mobiliza quase 250 de elementos da Judiciária, magistrados judiciais e do Ministério Público. Estão a ser realizadas cerca 120 buscas, domiciliárias e não domiciliárias, em todo o território nacional.

Os detidos na operação “Aquiles”, que resulta de uma investigação com dois anos, têm entre 39 e 61 anos e são todos portugueses, apurou a Renascença.

Uma nota de imprensa do Gabinete da Procuradora-Geral da República confirma que “estão em curso várias diligências”, designadamente buscas nas zonas de Lisboa e Porto, tendo sido emitidos mandados de detenção.

“Investigam-se, designadamente, suspeitas da prática dos crimes de corrupção activa e passiva, tráfico de estupefacientes agravado, associação criminosa e branqueamento”, acrescenta o mesmo texto.

Os dois elementos detidos são um antigo coordenador já reformado e um inspector-chefe que trabalhava na Unidade Nacional de Combate ao Trafico de Estupefacientes (UNCT). Estes homens são suspeitos de receber dinheiro para deixar entrar estupefacientes no país. São, por isso, suspeitos de tráfico de droga.

Entre os outros detidos estão membros conotados com várias redes de tráfico e com várias funções, que vão desde a logística, ao pequeno tráfico, passando mesmo por alguns financiadores, considerados peças-chave na ligação com organizações criminosas internacionais, nomeadamente sul-americanas.

Esta operação está a cargo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), em colaboração com a UNCTE, em inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).