​Nova líder do FMI alerta para abrandamento sincronizado da economia global
08-10-2019 - 16:27
 • Sandra Afonso

Segundo Kristalina Georgieva​,o crescimento em 2019 "vai cair para a taxa mais baixa desde o início da década”.

No primeiro discurso como nova directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva anuncia a revisão em baixa das previsões de crescimento, para este ano e o próximo.

Georgieva não tem dúvidas: a economia está a travar. “Hoje, a economia mundial está mais sincronizada. No entanto, em 2019 esperamos uma desaceleração em cerca de 90% do mundo. Por outras palavras, a economia global está agora num abrandamento sincronizado.”

Segundo Kristalina Georgieva, isto significa que “o crescimento, este ano, vai cair para a taxa mais baixa desde o início da década”. Por isso, as estimativas vão ser revistas em baixa, já na próxima edição do World Economic Outlook, prevista para 15 de outubro.

Atualmente, o FMI prevê um crescimento de 3,2% em 2019 e de 3,5% em 2020.

Tal como avisou esta terça-feira o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, também Georgieva avisou que os juros negativos são um risco para a economia. “Pensem, por exemplo, nos fundos de pensões e nas empresas de seguros de saúde, que estão a fazer investimentos mais arriscados para atingirem os seus objetivos de retorno”, explicou.

A nova líder do FMI sublinha ainda a “necessidade de cooperação internacional”, numa altura em que continuam a evoluir os confrontos comerciais, com destaque para os Estados Unidos, China e, agora, a União Europeia.

Georgina lembra que “toda a gente perde" numa guerra comercial. "Para a economia global, o efeito cumulativo dos conflitos comerciais poderá significar uma perda de 700 mil milhões de dólares até 2020, ou 0,8% do PIB, aproximadamente o tamanho da economia da Suíça”, explicou.