Podemos pisca o olho ao PSOE à boca das urnas
10-11-2019 - 11:13
 • João Pedro Barros

“Vamos estender a mão ao Partido Socialista”, disse Pablo Iglesias, após depositar o seu voto. Pedro Sánchez, o primeiro-ministro em exercício, está “razoavelmente otimista”.

Foi precisamente a falta de entendimento entre o PSOE (socialistas) e o Unidas Podemos (extrema-esquerda) que levou Espanha a regressar este domingo às urnas para novas legislativas, pouco mais de seis meses depois. Mas agora, em declarações pouco depois de ter depositado o voto em La Navata, um bairro residencial nos arredores de Madrid, Pablo Iglesias, líder do Podemos, faz novas promessas de casamento.

“Vamos estender a mão ao PSOE. Pensamos que combinar a valentia do Unidas Podemos com a experiência do PSOE podia transformar o nosso país numa referência para as políticas sociais. Vamos deixar as críticas para trás. Espanha pode ser um exemplo de proteção dos direitos sociais e das liberdades”, afirmou Iglesias, citado pelo "El País".

Para além do passado não dar muita confiança aos eleitores em relação a essa promessa, o problema é que a conjugação dos votos nos dois partidos pode não chegar para obter uma maioria nas Cortes, o Parlamento de Espanha. É pelo menos isso que avançam grande parte das sondagens publicadas nas últimas semanas.

Uma solução à portuguesa?

O primeiro dos líderes a votar neste domingo foi Pedro Sanchez. Colocado o boletim na urna, foi perguntado ao primeiro-ministro em exercício se acreditava numa solução de governo como a geringonça portuguesa.

“Estou razoavelmente otimista, creio que é muito importante fortalecermos a democracia com o nosso voto. Incentivo todos os cidadãos a votar e que a partir de amanhã tenhamos a estabilidade necessária para poder formar governo e por o país a andar”, respondeu.

Para além de Sánchez e Iglesias, também já votaram Pablo Casado (PP, centro-direita) e Albert Rivera (Cidadãos, direita liberal).

Para se atingir uma maioria no Parlamento espanhol e para que um Governo consiga a investidura são necessários 176 deputados. Em abril, o PSOE obteve 123 e o Unidas Podemos ficou-se pelos 42.