Estados Unidos lançam ataque contra a Síria
07-04-2017 - 02:24

É o primeiro ataque militar norte-americano ao país. Trump acusa o regime de Assad de matar civis com armas químicas e anunciou contactos com várias "nações civilizadas" para tentar acabar com a "matança" na Síria.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, ordenou um ataque contra uma base área na Síria. Um total de 59 mísseis "tomahawk" foram disparados a partir de dois navios de guerra a operar no Mediterrâneo. O Observatório Sírio diz que a base ficou completamente destruída e o Exército sírio confirma seis mortos.

O bombardeamento com mísseis de alta precisão começou pelas 00h45 desta sexta-feira (hora de Lisboa) e já terminou.

A operação das forças armadas dos Estados Unidos é uma resposta a um ataque com armas químicas na localidade de Khan Sheikhoun, na província síria de Idlib, no norte da Síria. O ataque químico provocou pelo menos 86 mortos e está a ser atribuido ao regime do Presidente Bashar al-Assad.

O alvo dos mísseis norte-americanos foi a base aérea de Shayrat, utilizada pelas forças leais a Assad, na região de Homs.

Foram atingidos alvos específicos e cruciais, nomeadamente a pista, aviões, hangares, reservatórios de combustível, paióis de munições, o sistema de defesa aérea e um radar.

Trump apela a aliança para acabar com matança na Síria

“Esta noite, ordenei um ataque militar contra a base aérea na Síria de onde foi lançado um ataque químico”, disse o Presidente Donald Trump numa declaração ao país a partir da mansão de Mar-a-Lago, na Florida.

De acordo com o comandante em chefe dos EUA, Assad utilizou armas de gás mortais para matar um grande número de pessoas.

O Presidente norte-americano diz não haverem dúvidas de que Damasco utilizou armas químicas proíbidas pelas convenções internacionais.

Trump diz que contactou várias "nações civilizadas" para, em conjunto, tentarem acabar com a "matança e o derramamento de sangue" na Síria.

“As tentativas para mudar o comportamento de Assad falharam. A crise de refugiados mantém-se e a região continua instável", referiu.

Depois da declaração de Donald Trump, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson afirmou ter "elevado grau de certeza" que foi utilizado gás sarin no ataque químico desta semana contra a localidade de Khan Sheikhoun.

Pentágono avisou a Rússia

O Pentágono alertou as forças russas, que tem forças no terreno, de que iria lançar um bombardeamento.

Os mísseis norte-americanos não atingiram partes da base aérea de Shayrat onde poderiam estar militares russos, indica o Pentágono.

A Rússia, juntamente com o Irão, é um dos principais aliados de Bashar al-Assad na guerra contra os movimentos rebeldes e os terroristas do autoproclamado Estado Islâmico.

O bombardeamento norte-americano já terminou. É o maior ataque directo dos Estados Unidos contra alvos na Síria em seis anos de guerra e a primeira grande acção ordenada por Donald Trump, que tomou posse a 20 de Janeiro.

A televisão estatal síria confirmou que o alvo da "agressão americana" é uma base aérea e que foram registadas "perdas", sem avançar mais pormenores.

O governador de Homs garante que “a liderança síria e a política síria não vão mudar” por causa desta ataque, “que não foi o primeiro nem será o último”.

[notícia actualizada às 3h53]