Marcelo e a solução para os lesados do BES: "Ainda não percebi exactamente qual é o esquema"
19-12-2016 - 18:29

Presidente não conhece mecanismo que permitirá minorar as perdas de cerca de 4 mil clientes do BES que compraram papel comercial do Grupo Espírito Santo.

O Presidente da República disse esta segunda-feira que ainda desconhece a solução apresentada pelo Governo para os lesados do Banco Espírito Santo (BES) e que vai tentar "perceber qual é o esquema em termos de financiamento" para depois comentar o acordo.

"Para já, não vou dizer nada, porque ainda não percebi exactamente qual é o esquema. Vou tentar perceber qual é o esquema em termos de financiamento, depois digo-vos", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no final de uma visita à Sinagoga de Lisboa.

O chefe de Estado, que antes desta visita esteve num centro de apoio social e numa igreja anglicana, repetiu várias vezes que ainda não conhece a solução para atenuar as perdas dos lesados do Banco Espírito Santo (BES): "Não conheço. Eu andei todo o dia, como sabem, em compromissos e cerimónias, e ainda não pude conhecer".

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que possivelmente falará do assunto na terça-feira. "Como eu não conheço a solução, eu o máximo que posso é amanhã [terça-feira], havendo uma ocasião para nos encontrarmos, poder dizer o que penso do acordo. Hoje não tive oportunidade, foram testemunhas do que foi a minha vida", declarou.

"Eu sei que querem saber coisas sobre a matéria, mas eu amanhã [terça-feira], se puder, digo-vos", reiterou.

O Governo apresentou esta segunda-feira à tarde o mecanismo que permitirá minorar as perdas de cerca de 4 mil clientes do BES que compraram papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES), que foi à falência, e cujo reembolso nunca receberam.

Segundo o primeiro-ministro, António Costa, compete agora a cada um dos lesados "avaliar e decidir da sua adesão a esta solução", que no seu entender consiste num "compromisso equilibrado" que permite reforçar a confiança no sistema financeiro português.

"Não conseguimos o milagre de endireitar a sombra de uma vara torta", considerou o primeiro-ministro, declarando a sensação de "dever cumprido".