A Agência Internacional de Energia prevê para o ano corrente uma subida na procura mundial de petróleo, muito por efeito de um maior consumo do combustível para a aviação. Por outro lado, a necessidade de poupar gás natural, que a Rússia fornecia, levou alguns países a retomarem o consumo de carvão, uma fonte energética muito poluente mas que parece inesgotável.
Trata-se de passos atrás na necessária transição energética, naturalmente, mas inevitáveis. Ninguém aceitaria a imposição de fortes reduções no consumo de energia em pleno inverno, sobretudo em países de baixas temperaturas.
A invasão russa da Ucrânia conduziu a um aumento nos preços da energia. Algumas medidas de poupança energética e um maior recurso às reservas estratégicas de petróleo dos Estados Unidos evitaram males maiores. Essas medidas terão de se manter e até de se acentuar em 2023.
Uma coisa é certa num mercado energético mundial tão instável: continua a fazer sentido o investimento nas energias renováveis, solar e eólica nomeadamente. Embora se comecem a ouvir reações negativas aos problemas do ambiente e paisagem que coloca o aproveitamento do vento como fonte de energia.
Os preços do gás natural e do petróleo deixaram de subir nas últimas semanas. Mas o mercado mundial da energia está muito volátil e incerto. Por exemplo, fará sentido económico investir em combustíveis fósseis agora, sabendo que daqui a alguns anos eles deixarão em grande parte de ser consumidos? Os investidores hesitam e nem todos tomam a mesma posição; se houver uma desistência generalizada no investimento em fontes de petróleo poderão ocorrer altas pontuais nos preços.
Preparemo-nos para a instabilidade no mercado petrolífero na segunda metade do ano corrente.