Sucessão de Costa? "PS está todo junto a trabalhar para aquilo que importa"
22-09-2021 - 16:27
 • Renascença, com Lusa

Tema da sucessão do secretário-geral do PS foi abordado no dia em António Costa participou numa ação de campanha autárquica com Fernando Medina e Pedro Nuno Santos.

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, garante que a luta interna sobre a sucessão no Partido Socialista (PS) não entra na campanha para as eleições autárquicas.

Para marcar o Dia Europeu sem Carros, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, viajou de comboio de Lisboa até Cascais, num trajeto que contou com Fernando Medina à partida e o dirigente socialista e ministro Pedro Nuno Santos na carruagem.

O recandidato a Lisboa contou esta quarta-feira com a presença do secretário-geral socialista, António Costa, na apresentação do Plano de Transportes para a capital, mas Fernando Medina não vê nesse facto qualquer sinal relacionado com o futuro da liderança do PS.

“Nós gostamos de estar ao lado uns dos outros, somos camaradas, temos uma visão partilhada sobre muitas matérias, por isso, ao contrário de outros partidos em que se discute muito a sucessão e o que estas eleições significarão sobre o poder interno no partido, estas não. Estas significam visão, partilha e de futuro numa área central para os cidadãos.”

Na viagem de comboio entre Lisboa a Cascais, António Costa e Pedro Nuno Santos dialogaram sobre campanhas eleitorais antigas, sondagens e transportes.


Numa viagem também composta por memórias – em Carcavelos, António Costa apontou para uma casa do pai onde, nos anos 60, costumava passar os fins de semana – o secretário-geral recusou-se a fazer “leituras do futuro” sobre o encontro entre Pedro Nuno Santos e Fernando Medina.

“Pode ser visto como uma leitura do presente: o PS está todo junto a trabalhar para aquilo que importa, que é a resolução da vida dos portugueses, e para a melhoria da qualidade de vida e para o desenvolvimento do nosso país”, salientou António Costa aos jornalistas durante o trajeto.

Direita sem plano de mobilidade

Fernando Medina defendeu a necessidade de “enfrentar com coragem” o tema da mobilidade, acusando a direita de ter como resposta manter ou agravar a situação atual.

“Temos mesmo que enfrentar com coragem o tema da mobilidade e do padrão de mobilidade. O padrão de mobilidade não se enfrenta por decreto, enfrenta-se com soluções concretas”, salientou o candidato do PS/Livre, numa ação de campanha no Cais do Sodré.

Acompanhado pelo secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, Fernando Medina fez uma breve apresentação do plano de investimentos na área dos transportes para Lisboa.

Considerando que “a mobilidade é responsável por quase metade do volume de emissões dentro da cidade de Lisboa” e que entram cerca de 370 mil veículos diariamente, a resposta tem de ser metropolitana.

“Nenhum município, por si, tem capacidade de responder a este grande desafio da mobilidade”, defendeu Fernando Medina.


“A direita sobre esta matéria tem resposta nenhuma, ou melhor, tem uma resposta que é manter o que está ou agravar o que está”, acusou, acrescentando que “a ideia de privilegiar a circulação automóvel” e de construir “uma muralha de silos automóveis à volta da cidade” é um “absurdo”.

O atual presidente da autarquia destacou as “decisões importantíssimas” tomadas pelo Governo na área da ferrovia, assim como a extensão da linha vermelha do Metropolitano de Lisboa – que termina atualmente em São Sebastião - para Alcântara, passando por novas estações nas Amoreiras, Campo de Ourique e Infante Santo.

Realçou, igualmente, o metro de superfície para a zona ocidental de Lisboa e Oeiras e também para a zona oriental, estendendo-se até Sacavém.

Fernando Medina sublinhou ainda o trabalho feito ao nível do passe social único e da Carris Metropolitana, a única operadora que vai operar na Área Metropolitana de Lisboa.

“Esta é a diferença de fundo [em relação aos adversários]. A ligação dos municípios à cidade de Lisboa será feita através de transporte coletivo público sustentável, eficaz, a tempo e horas, que funciona, para reduzir a necessidade e a dependência do transporte individual”, frisou.

Interpelado pelos jornalistas sobre a presença de governantes na iniciativa, Medina respondeu: “nós gostamos de estar ao lado uns dos outros, somos camaradas, temos uma visão partilhada sobre muitas matérias e, por isso, ao contrário de outros partidos em que se discute muito a sua sucessão e o que é que estas eleições significarão sobre o poder interno de um partido, aqui não”.

Concorrem à presidência da Câmara de Lisboa Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), João Ferreira (PCP), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Líber (movimento Somos Todos Lisboa).