Maria fora de Belém. O silêncio um ano depois
24-01-2017 - 08:19
 • Susana Madureira Martins

Ex-ministra da Saúde do PS diz à Renascença ser cedo para falar sobre o resultado das presidenciais de 2016, que a deixou num humilhante quarto lugar. “Talvez daqui a meio ano ou daqui a um ano” quebre o silêncio.

Discreta mas não fora do circuito da política activa, Maria de Belém conseguiu um lugar na comissão política do PS após a estrondosa derrota nas presidenciais de 2016 e tem ido a diversas reuniões deste órgão de direcção do partido.

Segundo relatos de dirigentes nacionais presentes nestes encontros, Maria de Belém assiste do princípio ao fim, mas entra muda e sai calada – ouve atentamente, mas não intervém.

Contactada pela Renascença, Maria de Belém diz que é cedo para falar sobre o resultado eleitoral que nem sequer lhe deu acesso à subvenção estatal. A ex-presidente do partido considera que ainda não é tempo de falar: “talvez daqui a mais seis meses ou um ano”, admite.

Fonte próxima da ex-ministra da saúde atribui o silêncio ao facto de ainda haver feridas por sarar com o PS, que não lhe deu o apoio na campanha presidencial, e ao facto de a cena política portuguesa estar em ebulição e ser preciso ver no que dá.

De resto, Maria de Belém tem aparecido pontualmente em alguns eventos ligados à sua área de sempre – a saúde – e tem feito comentário televisivo, também pontual, por exemplo, na altura da nomeação de António Guterres como Secretário-geral das Nações Unidas.

Quanto a finanças: Maria de Belém ficou com 447 mil euros de dívidas de campanha. O resultado abaixo dos 5% impediu que pudesse usufruir da subvenção estatal, o que obrigou a ex-candidata a pedir empréstimo à banca, já que o PS cedo avisou que não iria ajudar a pagar a dívida.

A candidata ficou-se pelo quarto lugar atrás de Marisa Matias, apoiada pelo Bloco de Esquerda.

A candidata ficou-se pelo quarto lugar atrás de Marisa Matias, apoiada pelo Bloco de Esquerda. As eleições de 24 de Janeiro de 2016 foram ganhas por Marcelo Rebelo de Sousa, com 52% dos votos.