Incêndio em Moria. Bruxelas garante fundos para transferir menores da ilha de Lesbos
09-09-2020 - 18:28
 • Vasco Gandra, correspondente em Bruxelas

Bruxelas vai financiar a transferência para a Grécia continental e alojamento de cerca de 400 crianças não acompanhadas que permanecem no campo de refugiados de Moria.

As instituições da União Europeia - Comissão e Conselho - prometem ajudar as autoridades gregas e as vítimas do incêndio que deflagrou num dos maiores campos de refugiados da Europa, em Moria, na ilha grega de Lesbos, onde se encontram cerca de 13 mil pessoas - e cuja situação se agravou nos últimos meses devido à pandemia e à confirmação de pelo menos 32 casos de Covid-19 entre os migrantes.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, manifestou esta quarta-feira, via Twitter, a solidariedade da instituição e a disponibilidade em apoiar.

Da mesma forma, a comissária dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, garantiu que Bruxelas vai financiar a transferência e alojamento para a parte continental da Grécia de cerca de 400 menores não acompanhados que permanecem no campo de refugiados de Moria.

"A prioridade é dar segurança e abrigo a todas as pessoas de Moria”, afirmou ainda a comissária na sua conta da rede social Twitter.

Bruxelas está em contacto com as autoridades gregas para fornecer igualmente apoio material e meios disponibilizados pelos Estados-membros através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, como abrigos e equipamentos sanitários.

Nesse sentido, um dos vice-presidentes da Comissão deslocar-se-á em breve à Grécia para discutir com as autoridades nacionais estas questões.

Também o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, manifestou “solidariedade total” com a ilha grega e garantiu que a União Europeia está “preparada para mobilizar apoio”.
Vários grupos políticos no Parlamento Europeu e ONGs afirmaram igualmente a sua solidariedade para com as vítimas, a população da ilha e os trabalhadores de organizações humanitárias.
Alertam para a necessidade de fornecer ajuda imediata à ilha mas também sublinham que é necessário encontrar soluções duradouras para os milhares de migrantes que se encontram não só nas ilhas gregas mas em outros países como a Itália. Têm defendido um sistema de recolocação pelos vários Estados-membros, uma solução longe de gerar consenso já que vários governos entre os 27 recusam participar numa solução conjunta que passa pelo acolhimento de migrantes.