Gouveia e Melo. "Ninguém está a falar de uma terceira dose generalizada"
24-08-2021 - 12:20
 • Renascença

Vice-almirante admite reforço da vacina para 100 mil pessoas imunodeprimidas. Gouveia e Melo considera que fecho de centros de vacinação poderá acontecer quando 85% da população estiver imunizada.

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O responsável pela “task force” da vacinação contra a Covid-19 esclareceu que “o que se está a discutir neste momento não é um reforço generalizado da vacinação" contra a Covid-19 em Portugal, mas sim a administração da terceira dose a cerca de 100 mil pessoas com as defesas reduzidas.

"Não há nenhuma decisão sobre a terceira dose da vacina. É um assunto que a DGS está a tratar. Não há sequer a certeza científica da sua necessidade", disse o vice-almirante Gouveia e Melo, esta terça-feira aos jornalistas, durante uma visita a um centro de vacinação em São João da Madeira.

"Uma coisa é dar mais uma dose a quem é, por exemplo, imunodeprimido ou que está a fazer um tratamento específico e tem as suas defesas mais baixas, mas são casos muito pontuais. Não é uma terceira dose generalizada. Ninguém está a falar de uma terceira dose generalizada", sublinha o coordenador da "task force".

Questionado sobre notícias de que algumas autarquias estarão já a preparar o encerramento de centros de vacinação, Gouveia e Melo considera que essa possibilidade só deverá acontecer quando 85% da população tiver completado a vacinação contra a Covid-19.


"Fizemos um plano de emergência para vacinar cerca de nove milhões de pessoas, grosso modo duas doses, 16 milhões de inoculações. Quando estamos a falar, não de um reforço geral, mas de coisas muito específicas, estamos a falar de 100 mil pessoas. Não há necessidade de ter toda esta capacidade para vacinar 100 mil pessoas. Isso pode ser feito perfeitamente nos centros de saúde, com a vacinação da gripe e com as outras coisas", sublinha o coordenador da "task force".

Gouveia e Melo considera que a meta de 85% é o valor para começar a encerrar centros, porque a partir dessa percentagem "já há muito pouca gente para vacinar".

"Se fizermos as contas de uma forma muito grosseira, dos 0 aos 12 anos temos cerca de 12% da população. Se houver mais 2% ou 3% que não se queiram ser vacinados – que é uma taxa muito reduzida -, temos 15% da população. 100% menos 15% temos os 85%", sublinha.

"Boas notícias" sobre vacinas do Queimódromo do Porto

Sobre os problemas verificados no centro de vacinação instalado no Queimódromo do Porto, Gouveia e Melo diz que há "boas notícias" sobre as vacinas administradas e, brevemente, será tomada uma decisão sobre a reabertura ou encerramento daquele espaço.

"Ainda estamos à espera de elementos. Há boas notícias em termos das inoculações que foram dadas, que serão transmitidas pelas autoridades", disse.

"A abertura ou não do Queimódromo do Porto está dependente disso. Não há aqui nenhum entreve psicológico à abertura ou não abertura do Queimódromo. Tem a ver com termos a certeza que ao abrirmos as operações vão decorrer bem e também que aquilo tenha utilidade, porque nesta fase começamos a estar no fim. Podemos chegar à conclusão que abrir uma infraestrutura daquelas já no fim do processo pode não ser útil. Sem nada de negativo sobre a própria instalação. Todas essas decisões estão por tomar ainda”, sublinhou Gouveia e Melo.

O jornal "Público" noticiou esta terça-feira que a Administração Regional de Saúde do Norte concluiu que as vacinas administradas no Queimódromo não perderam eficácia, apesar de um problema na cadeia de frio, e os utentes com duas doses já podem pedir o certificado digital.