"Irmã Tona" foi uma de 29 missionários assassinados em 2019
31-12-2019 - 09:34
 • Filipe d'Avillez Com Ecclesia

Agência especializada da Santa Sé fala em “globalização da violência”. África mostrou novamente ser o continente mais perigoso para missionários católicos.

Um total de 29 missionários e agentes pastorais católicos foram mortos ao longo de 2019, incluindo a portuguesa Maria Antónia Guerra.

A informação foi divulgada na segunda-feira pela agência Fides, do Vaticano, que no seu comunicado fala numa "globalização da violência".

“Enquanto no passado os missionários assassinados se concentravam em boa parte numa nação, ou numa área geográfica, em 2019 o fenómeno mostra-se mais generalizado”, indica a nota anual publicada pela agência especializada da Santa Sé para o mundo missionário.

Os assassinatos aconteceram em 10 países de África, oito da América, um da Ásia e um da Europa.

O caso europeu diz respeito a Maria Antónia Guerra, conhecida como "irmã Tona", que foi assassinada e violada em São João da Madeira em setembro deste ano.

O elenco refere-se não só aos missionários, mas a todo o pessoal eclesiástico que faleceu de forma violenta ou que sacrificou a sua vida, “consciente do risco que corria”.

Em causa estão, em 2019, as mortes de 18 sacerdotes, um diácono permanente, dois religiosos não sacerdotes, duas irmãs e seis leigos.

Desde 2018, tem sido a África a registar o maior número de mortes; em 2019, o continente africano assistiu ao assassinato de 12 sacerdotes, um religioso, uma religiosa e uma leiga; na América foram assassinados seis sacerdotes, um diácono permanente, um religioso e quatro leigos.

Apesar de alto, o número representa uma significativa descida em relação a 2018, ano em que morreram 40 agentes pastorais católicos em todo o mundo, incluindo 35 padres. Já em 2017 foram 23 os que perderam a vida.

Segundo os dados da agência do Vaticano para o mundo missionário, entre 2000 e 2019 foram mortos mais de 500 agentes pastorais da Igreja Católica, incluindo cinco bispos.