As imagens da maior peregrinação em Fátima, desde o início da pandemia
12-10-2021 - 22:26
 • Renascença com Ecclesia

Milhares de fiéis encheram o recinto de Fátima, numa celebração que põe fim a dois anos de restrições. A peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de outubro foi presidida pelo Cardeal D. Sérgio da Rocha.

O recinto do Santuário de Fátima voltou a ser iluminado por milhares de fiéis, esta terça-feira, durante a procissão das velas. Esta é a primeira grande peregrinação, desde 2019, altura em que a covid-19 não tinha ainda chegado a Portugal e não exisitiam restrições à lotação.

A peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de outubro, que arrancou esta terça-feira, foi presidida pelo arcebispo de Salvador da Bahia e primaz do Brasil, Cardeal D. Sérgio da Rocha.

Perante milhares de devotos que encheram o recinto de oração do santuário de Fátima, o Cardeal D. Sérgio da Rocha frisou que “peregrinar é dom, é graça, mas também é compromisso”. Por isso, “é importante refletir: quais são os passos que Deus espera de mim, nesta peregrinação?”

Numa mensagem aos fiéis o cardeal Sérgio da Rocha criticou o negacionismo prático, durante a pandemia de covid-19 no Brasil e apelou a um “redobrado esforço” de todos aqueles que exercem funções de autoridade.

O arcebispo de São Salvador da Bahia afirmou, na homilia da celebração da vigília de 12 de outubro, em Fátima, que o tempo atual é de “provação” e evocou os “clamores” dos que mais sofrem as consequências da pandemia.

“Nós entregamos, com confiança, à Mãe de Jesus e nossa Mãe, os clamores de tantos irmãos e irmãs que sofrem as consequências da pandemia, especialmente, os enfermos, os pobres e as família enlutadas”, afirmou o cardeal D. Sérgio da Rocha.

Vários hóteis em Fátima estão já lotados e a GNR montou um dispositivo semelhante ao utilizado nas grandes peregrinações antes da Covid-19.

No recinto de oração, a vigilância e controlo estão a cargo do santuário, mas no exterior a responsabilidade é da GNR. O objetivo é “face às recomendações atuais da DGS, recomendar às pessoas quando houver possíveis situações de aglomeração a dispersarem naturalmente”. Também “o uso da máscara será recomendado de forma a acautelarem a sua saúde”.

Já esta terça-feira, o cardeal D. António Marto defendeu que o Santuário de Fátima está a viver um “novo ciclo, marcado pela esperança”.

Na primeira grande celebração internacional após o início da nova etapa de desconfinamento, o bispo de Leiria-Fátima falou de uma nova normalidade que convoca todos “à responsabilidade e ao cuidado”, superando as limitações impostas durante meses pela pandemia de covid-19.

“Foram tempos difíceis”, admitiu o responsável católico, que apontou a consequências ainda por determinar, do ponto de vista económico e social.

“Um dos ensinamentos desta pandemia foi a cultura do cuidado, de cuidarmos uns dos outros”, acrescentou.

Fica uma palavra de muita gratidão a todos quantos salvaram vidas e permitiram que os doentes, os idosos, os que perderam empregos e ficaram sem meios de subsistência continuassem vivos”.

Em conferência de imprensa, D. António Marto projetou a presença de milhares de jovens, na Cova da Iria, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude que vai decorrer em Lisboa, de 1 a 6 de agosto de 2023.

“Estaremos cá para acolher todos, com a nossa hospitalidade”, declarou.

Para o bispo de Leiria-Fátima, o Santuário nacional “será um polo aglutinador dos jovens”, esperando que muitos se desloquem à Cova da Iria, onde espera a presença do Papa Francisco.

Entre janeiro e setembro, passaram pela Cova da Iria mais de 1,3 milhões de peregrinos – ainda longe dos habituais 6 milhões, mas já com “sinais positivos”, defendeu D. António Marto.