“A arquitectura não é um pudim instantâneo a que se junta água e pó e aquilo sai”, diz o arquitecto André Tavares. É para compreender melhor o que é a arquitectura, como se faz, o que pode gerar e conhecer quem trabalha nela que já está em preparação a quarta edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa.

A programação, que contempla três exposições - uma na Gulbenkian, outra no CCB e uma no Museu da Electricidade - foi apresentada esta quarta-feira em Lisboa.

À Renascença, o arquitecto André Tavares - um dos curadores da Trienal - começa por falar do tema a partir do qual esta edição da Trienal de reinventa.

“Reinventa-se a partir da forma. O título da trienal é ‘a forma da forma’ e procura encontrar e dispor ao longo da cidade de Lisboa, em vários espaços, um debate sobre aquilo que é a arquitectura, sobre aquilo que os arquitectos fazem, como é que eles transformam as cidades e como eles dão forma às cidades em que vivemos”, disse.

André Tavares considera que a profissão é “valorizada pela qualidade e pelas competências que se conseguiram acumular em Portugal – e há um conhecimento instalado que é muito seguro e muito qualificado – mas ainda existem muitas discrepâncias entre esse conhecimento e uma generalização da arquitectura”.

O curador da trienal lembra que “os arquitectos trabalham para clientes que têm expectativas e ideias de como devem ser os seus espaços” e, por isso, “têm de entender essa encomenda para lhe poder dar forma, mas também é preciso que esses clientes percebam quais são as componentes da profissão. A arquitectura não é um pudim instantâneo a que se junta água e pó e aquilo sai. São processos muito complexos que envolvem toda a sociedade”.

A Trienal de Arquitectura terá lugar no próximo ano entre 6 de Outubro e 11 de Dezembro. Terá como tema "A forma da forma" e conta com exposições, conferências, publicações e a entrega de dois prémios, um deles de carreira.