Três jogadores do Macarthur FC, da I Liga da Austrália foram constituídos arguidos por suspeitas de envolvimento num alegado esquema de apostas desportivas, em concreto por manipulação de cartões amarelos.
O mexicano Ulises Dávila, capitão da equipa de Sydney e que passou pelo Vitória de Setúbal, nas épocas 2014/15 e 2015/16, por empréstimo do Chelsea, o internacional australiano Clayton Lewis e o sul-africano Kearyn Baccas são os jogadores que, supostamente, teriam forçado cartões amarelos para efeitos de apostas.
A polícia ainda está à procura de um quarto jogador, que se encontra fora do estado de New South Wales, e ameaça extraditá-lo se não regressar para interrogatório.
De acordo com a polícia australiana, Ulises Dávila estaria a receber instruções de um homem, figura do crime organizado da América do Sul, para se certificar de que cartões amarelos seriam mostrados em determinadas alturas de jogos da A-League. O avançado mexicano terá oferecido 10 mil dólares australianos a jogadores mais jovens - Lewis, Baccas e o quarto elemento que se encontra a monte, supostamente - para receberem cartões amarelos.
O período investigado situa-se entre 24 de novembro e 9 de dezembro de 2023. O capitão do Macarthur FC também teria tentado, sem sucesso, manipular a amostragem de amarelos em jogos que ocorreram entre 20 de abril e 4 de maio já deste ano.
Em comunicado, o Macarthur, que terminou a Liga australiana no quinto lugar, assume estar "chocado" com as detenções.
"A integridade do nosso jogo é um pilar fundamental e trabalharemos de perto com as autoridades relevantes neste assunto", pode ler-se.
Não há indícios de que as apostas tenham decorrido na Austrália. Teriam, sim, sido feitas na América do Sul, com "múltiplas centenas de milhares de dólares" envolvidos.