Mortes nos Comandos. Major critica castigos aplicados pelos instrutores
07-11-2018 - 18:30

Vasco Brazão foi ouvido como testemunha. Defendeu que os ferimentos dos formandos Hugo Abreu e Dylan da Silva foram consequência de práticas inaceitáveis na instrução militar.

Vasco Brazão, investigador principal da morte de dois recrutas dos Comandos, considera inaceitáveis os castigos aplicados pelos instrutores do curso 127, de setembro de 2016.

O antigo porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM), que é também arguido da operação Húbris relacionada com as armas de Tancos, foi ouvido esta quarta-feira como testemunha no julgamento dos Comandos.

À saída do campus da justiça, em Lisboa, o major Vasco Brazão defendeu que os ferimentos dos formandos Hugo Abreu e Dylan da Silva foram consequência de práticas inaceitáveis na instrução militar.

“Apurou-se que o furriel Abreu e todos os outros formandos sofreram castigos nas silvas. Uma coisa é um formando rastejar num terreno que tem uma forte aderência, com uma certa intensidade, com silvas ou não, com pedras ou não, e vai provocar ferimentos no militar. Outra coisa é o militar estar prostrado no chão, cansado e ele ser arrastado pelos pés atirado para as silvas, sendo ordenado que se atire para as silvas de dois metros. Todas essas situações não são aceites pela instrução militar”, afirma o major Vasco Brazão.

O arguido na operação “Hubris” encontra-se em prisão domiciliária, sem pulseira eletrónica.

Foi ouvido esta quarta-feira como testemunha no caso das mortes nos comandos.

Dezanove militares estão a ser julgados pelos crimes de abuso de autoridade e ofensa à integridade física.