Os sindicatos e o ensino público
29-04-2016 - 06:43

A Fenprof preocupa-se com os professores, não tanto com os alunos. Cada vez mais Mário Nogueira parece o verdadeiro ministro da Educação.

Os comunistas têm vindo a perder peso eleitoral; por isso tentam manter o seu peso sindical, algo que o Bloco de Esquerda não possui, embora tenha já ultrapassado os comunistas em votos. A CGTP e, em particular, a Fenprof nela integrada e dirigida há décadas por Mário Nogueira, têm grande importância para o PCP. Os professores são a maior classe profissional do país.

O novo ministro da Educação desde logo enveredou por medidas simpáticas para a Fenprof. No caso das provas de aferição, que ele queria obrigatórias já no corrente ano lectivo, teve que recuar, por pressão do Presidente Marcelo (como a Renascença na altura noticiou).

Agora, o ministro concordou em ser “avaliado” trimestralmente pelos sindicatos (a FNE também propôs essas “avaliações”). Da parte da Fenprof é algo irónico, visto que ela sempre se opôs à avaliação dos professores. Também se opõe, claro, a qualquer descentralização do monstro burocrático que é o Ministério da Educação. E a Fenprof preocupa-se com os professores, não tanto com os alunos. Cada vez mais Mário Nogueira parece o verdadeiro ministro da Educação.