​ZERO quer que apoios às empresas tenham contrapartidas ambientais
12-04-2020 - 23:05
 • Pedro Mesquita , Cristina Nascimento

Ambientalistas admitem que a prioridade é salvar vidas e economia, mas lembram que será “um desperdício enorme” se não se aproveitar a oportunidade para garantir uma economia mais sustentável.

A associação ambientalista ZERO defende que os apoios que são prestados às empresas para que consigam recuperar da crise provocada pela pandemia de coronavírus devem exigir contrapartidas ambientais.

“Os apoios são indispensáveis, mas têm que vir ligados a compromissos na área do ambiente”, diz à Renascença Francisco Ferreira, da ZERO.

O ambientalista reconhece que, nesta altura difícil que a economia atravessa, “o Estado pode e deve intervir, principalmente, do ponto de vista social e económico”, mas que não é possível continuar “a ter setores que prejudicam o ambiente sem fazerem um esforço para efetivamente integrarem essa preocupação”.

Francisco Ferreira dá dois exemplos concretos. “O apoio à restauração tem que ser através de um empenho maior no evitar do desperdício alimentar”, diz, acrescentando depois o setor da “aviação, que não paga impostos sobre o combustível, sobre o carbono”.

“É preciso que daqui a um ano ou dois anos essas taxas, esses impostos estejam em vigor”, exige.

A associação ambientalista compreende que a prioridade atualmente é salvar vidas e a economia e, por isso, admite que possa existir “uma folga de algum tempo para garantir o arranque, mas os compromissos têm que estar lá desde a primeira hora”.

“Se não se aproveitar esta oportunidade para mudar o sistema económico para ele efetivamente garantir que não vamos ter custos acrescidos no futuro, será um erro enorme”, remata.