Soares na seleção? António Boronha rejeita Portugal à moda do Cazaquistão
16-01-2020 - 12:45
 • Luís Aresta

O antigo dirigente da Federação Portuguesa de Futebol é frontalmente contra as naturalizações na alta competição.

António Boronha, antigo responsável da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para as seleções, discorda da eventual chamada de Tiquinho Soares, nascido há 28 no em Paraíba, no Brasil, à seleção.

Com o goleador do FC Porto perto de se tornar português e, portanto, a entrar no lote de opções de Fernando Santos para a convocatória do Euro 2020, há pelo menos um cidadão nacional que não aprova a chamada. Em entrevista a Bola Branca, António Boronha esclarece que se trata de uma opinião coerente com aquilo que sempre defendeu.

"Quando exerci funções na vice-presidência das seleções, sempre fui contra naturalizações. Penso que temos recursos suficientes e devemos valorizá-los; como posiçao de princípio sou contra. Em tese até podem valorizar a seleção, mas quero manter a minha posição; já me basta ver o Cazaquistão a jogar futsal com brasileiros", reforça.

Tarde demais para inverter o rumo


António Boronha reconhece que, no atual contexto, a FIFA já não vai a tempo de corrigir a trajetória e impedir naturalizações.

"A FIFA faz tantas limitações que, na minha opinião, também poderia e deveria intervir nesta situação. Simplesmente penso que já é tarde demais, porque a questão das naturalizações se estendeu ao planeta e a todas as modalidades", admite o antigo dirigente da FPF.

Enquanto selecionador nacional, Fernando Santos já colocou o luso-brasileiro Dyego Sousa (ex-Braga) de quinas ao peito. Se fizer o mesmo com Soares, não haverá surpresa. Cabe ao avançado do FC Porto manter a veia goleadora e provar que merece estar no Europeu, a defender o título que o companheiro de equipa Pepe ajudou a conquistar em 2016.