O peditório nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) arranca esta quinta-feira e termina dia 3 de novembro.
O presidente da instituição, Vítor Veloso, diz à Renascença que o peditório surge numa altura em que estão a aumentar os pedidos de ajuda.
“Na população portuguesa, há uma parte muito grande, cerca de dois milhões de portugueses que estão no limiar da pobreza e dentro desses há muitos doentes oncológicos. Por isso, os pedidos de ajuda aparecem cada vez mais", diz
"Obviamente que nós só conseguimos corresponder a todos eles se tivermos um suporte económico adequado. As necessidades são muito grandes a nível do país e que são cada vez mais crescentes”, acrescenta Vítor Veloso.
As dádivas voluntárias são a principal fonte de rendimento da Liga e servem para ajudar os doentes em consultas, transportes, medicamentos, ou na aquisição de próteses. Por outro lado, a organização também responde a pedidos de ajuda na alimentação dos utentes mais carenciados.
Vítor Veloso acrescenta que continua a lutar por uma maior comparticipação do Estado no caso dos doentes oncológicos.
“Quem é atingido pela doença vai ver reduzido o seu ordenado em mais de 25%, o que também não é justo. Uma das nossas bandeiras é que os doentes oncológicos, sobretudo aqueles que têm uma incapacidade grande, recebam 100%, o que não acontece até agora, e é uma injustiça, na medida em que o cancro ainda é uma situação que deixa uma família psicologicamente em baixo, para além de que ainda tem o problema económico-financeiro”, diz.
O peditório vai contar com a ajuda de cerca de 20 mil voluntários.
Segundo os dados da Agência Internacional para a Investigação em Cancro, da Organização Mundial de Saúde, Portugal terá registado mais de 69.000 novos diagnósticos em 2022, revelando uma alta incidência de casos de cancro.