O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, rejeita a possibilidade de permitir à Escócia fazer um segundo referendo à independência.
Numa resposta a Nicola Sturgeon, líder do Partido Nacional Escocês (SNP), Johnson compromete-se a lutar por um Reino cada vez mais unido.
Sturgeon tinha escrito a Johnson antes do Natal – no seguimento das eleições legislativas de dezembro que deram aos Conservadores uma vitória esmagadora a nível nacional, mas viram também o SNP a reforçar a sua representação na Escócia – a pedir que o Governo conceda mais poderes ao Parlamento regional da Escócia para este poder levar a cabo mais um referendo.
Na resposta Johnson recorda que foram os próprios nacionalistas que se comprometeram a respeitar os resultados do referendo que se realizou em 2014, no qual os escoceses votaram contra a independência.
“Considerei cuidadosamente e tomei nota dos argumentos que enumera para a transferência de poderes do Parlamento do Reino Unido para o Parlamento escocês para permitir mais referendos à independência”, começa Johnson.
Logo de seguida, contudo, recorda que “Você e o seu antecessor fizeram uma promessa pessoal de que o referendo de 2014 seria uma votação única nesta geração. O povo escocês votou decisivamente com base nessa promessa para manter o Reino Unido junto, um resultado que os governos da Escócia e do Reino Unido se comprometeram a respeitar”.
Segundo Boris Johnson “o Governo do Reino Unido continuará a defender a decisão democrática do povo escocês e a promessa que você lhe fez. Por essa razão não posso concordar com qualquer pedido para a transferência de poderes que possam conduzir a mais referendos”.
O primeiro-ministro conclui a carta com uma bicada ao NSP, dizendo que um segundo referendo contribuiria para a manutenção da “estagnação política a que se assiste na Escócia ao longo da última década, com as escolas, hospitais e empregos escoceses a serem deixados para segundo plano em nome de uma campanha para a separação do Reino Unido”.
O Reino Unido é composto por quatro estados, Inglaterra, Escócia, País de Gales e a Irlanda do Norte. Distingue-se da Grã-Bretanha, que não inclui a Irlanda do Norte.