Os custos da reversão na TAP
21-12-2015 - 06:30

O Estado terá de investir dinheiro dos contribuintes e as regras de Bruxelas obrigarão a drásticas reduções de rotas, aviões e pessoal. Sem falar da questão da credibilidade.

Disse o primeiro-ministro que o Estado passará a deter 51% do capital da TAP, com ou sem acordo com os seus accionistas maioritários. Mas não falou dos custos.

É certo que o governo anterior vendeu 61% da TAP quando já se encontrava em gestão. Mas se o não fizesse a companhia não teria dinheiro para pagar aos trabalhadores nem para comprar combustível.

Se houver acordo, o Estado terá de investir na TAP dinheiro dos contribuintes, pondo em risco a redução do défice orçamental. E as regras de Bruxelas obrigarão a TAP a drásticas reduções de rotas, aviões e pessoal. Uma mini-TAP, prejudicando o turismo e os emigrantes.

Se o governo de Costa for a tribunal para anular este contrato, a querela demorará anos a decidir. Entretanto, nessa situação de incerteza Pedrosa e Neeleman não colocarão lá mais dinheiro. E caso o Governo ganhe a acção, pesadas indemnizações sairão dos nossos bolsos.

O Governo terá de justificar os previsíveis e enormes custos desta operação para o país e para a própria TAP. Um dos quais será a dificuldade em atrair investimento estrangeiro, por desconfiança num Estado sem palavra.