Coronavírus. Medidas de apoio à família e trabalho com impacto de 2 mil milhões/mês
17-03-2020 - 01:36
 • Lusa

A situação, neste momento, impõe que o Governo tenha de "estar permanentemente a avaliar as medidas que devem ser tomadas com a preocupação de não" se saber "quanto tempo durará esta situação", afirma a ministra do Trabalho.

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As medidas de apoio às famílias e de manutenção de postos de trabalho, avançadas pelo Governo perante o desenvolvimento do novo coronavírus, vão ter um impacto de dois mil milhões de euros por mês, estimou esta segunda-feira a ministra do Trabalho.

"Só nas medidas de apoio às famílias e de manutenção dos postos de trabalho que aprovámos, nós temos um impacto previsível de cerca de dois mil milhões de euros por mês", disse Ana Mendes Godinho, que falava aos jornalistas, em Lisboa, no final da reunião extraordinária de Concertação Social.

Segundo a ministra, a situação, neste momento, impõe que o executivo tenha de "estar permanentemente a avaliar as medidas que devem ser tomadas com a preocupação de não" se saber "quanto tempo durará esta situação".

A governante explicou que, neste momento, só é possível detalhar o custo associado à medida de apoio às famílias, que se fixa em 294 milhões de euros e é definido em função do número de agregados com crianças até aos 12 anos, ou seja, 750 mil.

Já o gasto associado às outras medidas é calculado por trabalhador, portanto, "os cenários são vários, conforme a variação da situação", referiu.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

Portugal registou esta segunda-feira a primeira morte, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido.

Trata-se de um homem de 80 anos, com "várias patologias associadas" que estava internado há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse a ministra, que transmitiu as condolências à família e amigos.

Há 331 pessoas infetadas até hoje, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Dos casos confirmados, 192 estão a recuperar em casa e 139 estão internados, 18 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para quarta-feira, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.

Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir desta segunda-feira, e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.