A líder parlamentar do PS recusa a ideia de que o partido está obrigado a viabilizar o Orçamento para o próximo ano.
No dia seguinte à apresentação da proposta que Luís Montenegro classificou como “irrecusável”, Alexandra Leitão contesta o que diz serem “classificações unilaterais” do primeiro-ministro.
A deputada reconhece que as afinações sugeridas pelo Governo em matéria de IRS Jovem e IRC são “uma aproximação”, mas insuficiente para confirmar as certezas de Montenegro de que os socialistas viabilizarão o Orçamento.
“O alargamento para os 35 anos e, sobretudo, o alargamento do prazo de duração de 5 para 13 anos, não é ainda a solução que queremos [para o IRS Jovem] e esse será um dos pontos a apresentar numa contraproposta”, referiu à Renascença a líder da bancada socialista, sem querer adiantar detalhes.
Quanto ao IRC, “o Governo vem propor uma redução transversal, que é de 1% este ano, mas que é assumido no documento que foi entregue - e também publicamente pelo primeiro-ministro na conferência de imprensa - que é para atingir 17% em 2026”.
“Não vai ao encontro da linha vermelha que tem sido traçada”, avisa Alexandra Leitão que, contudo, sinaliza a disponibilidade do PS para “continuar a conversar” e apresentar, “o mais depressa possível, uma contraproposta ao Governo”.
Encurralados? Tirar IRS Jovem no modelo do Governo “é uma enorme vitória"
Na próxima terça-feira, Pedro Nuno Santos vai reunir-se com o seu grupo parlamentar para discutir o Orçamento para o próximo ano e poderá anunciar os termos da contraproposta à oferta “irrecusável” do Governo. Mas faltarão dois dias para que o documento seja apresentado.
Questionada se o PS sente algum tipo de pressão, ou se este será uma espécie de xeque-mate a Pedro Nuno Santos, a líder parlamentar do maior partido da oposição recusa essa ideia e considera que “ter retirado o IRS Jovem no modelo do governo é uma enorme vitória do Partido Socialista”.
“Claro que o PS não está encurralado”, garante Alexandra Leitão que (ainda) não dá como certa a viabilização do Orçamento do Governo da AD.
“Já lhe respondi: vamos fazer uma contraproposta que não posso antecipar qual é, porque ainda está em preparação”, conclui.