Jogadores disponíveis para parar competições se nada mudar
17-02-2020 - 12:45
 • João Fonseca

Presidente do Sindicato dos Jogadores solidário com Marega. Joaquim Evangelista pede punições severas.

O presidente do Sindicato de Jogadores admite que os futebolistas poderão, em caso extremo, parar as competições. Em entrevista a Bola Branca, Joaquim Evangelista assegura que os atletas "estarão disponíveis para isso", como medida de exceção.

"O que se viu foi um ataque a todos os futebolistas. O ataque foi dirigido ao Marega, mas este representa uma classe e estou convencido de que os jogadores, no limite, irão agir em conformidade", garante.

O presidente do Sindicato de Jogadores considera que o árbitro devia ter interrompido o jogo, mas entende que Luís Godinho, eventualmente, "não estaria preparado para o que aconteceu, pelo que acabou por não decidir da melhor maneira".

"Não queria culpar o árbitro, até porque eles têm dado o exemplo de coragem e de combate, porque são das figuras do desporto mais ofendidas e vilipendiadas", acrescenta, mostrando compreensão, por outro lado, com a mensagem deixada pelo maliano nas redes sociais, sustentando que é de alguém "incomodado, ofendido, porque está em causa a sua dignidade".

O dirigente compreende que "não houve discernimento para perceber o que estava em causa", mas confia que no futuro os árbitros irão "agir em conformidade" e interromper os jogos em casos semelhantes.

Sindicato espera ação das autoridades

A solidariedade demonstrada pelos clubes grandes é sublinhada pelo presidente do Sindicato, lembrando que nestas situações "não podemos ser hipócritas". "Não podemos estar a condenar só porque toda a gente condena, temos de condenar porque é um sentimento genuíno, porque é esse o valor que queremos defender no desporto", acrescenta.

Joaquim Evangelista espera que as entidades com responsabilidades "passem das palavras aos atos" e manifesta confiança "nova autoridade de combate à violência".

"Não é a família do FC Porto, é mais do que isso. É a família do desporto, é a nossa família enquanto nação. É demasiado grave e espero que sejam aplicadas medidas mais severas, interditando estes energúmenos de ir aos estádios", atira num grito de alerta máximo.

A finalizar, Joaquim Evangelista deixa "um abraço de solidariedade a Marega, à sua familia e aos jogadores de futebol", confiando que todos juntos "vamos vencer este jogo".