Às críticas de que está próximo da heresia, Papa diz que é preciso correr riscos para aproximar religiões
08-03-2021 - 16:28
 • Renascença

Francisco reconhece que alguns católicos conservadores podem ver o seu encontro com responsáveis religiosos iraquianos como um passo em direção à heresia, mas por vezes é preciso correr riscos ponderados, defende.

O Papa considera que é preciso correr riscos para melhorar as relações inter-religiosas. Francisco falava na viagem de regresso à histórica visita ao Iraque.

O Papa reconhece que alguns católicos conservadores podem ver o seu encontro com responsáveis religiosos iraquianos como um passo em direção à heresia, mas por vezes é preciso correr riscos.

“Sabem que existem algumas críticas que dizem que o Papa não é corajoso, é imprudente. Que está a fazer coisas contra a doutrina católica, que está a um passo da heresia. São riscos, mas essas decisões são sempre tomadas na oração, com conselhos, com reflexão. Não são caprichosos”, disse Francisco aos jornalistas durante o voo de regresso a Roma.

O Papa recordou um dos momentos mais marcantes da visita ao Iraque, a deslocação à cidade de Mossul, onda ainda há pouco tempo terroristas do Estado Islâmico decapitavam pessoas nas ruas.

“Em Mossul eu disse, de passagem, o que sentia. Parei em frente à igreja destruída e simplesmente não tinha palavras. É algo que não conseguimos acreditar, não podemos acreditar. Não só a igreja, mas também outras igrejas e uma mesquita que foi destruída. Podemos ver que eles não se davam bem com as pessoas deste lugar. É simplesmente inacreditável a crueldade humana”, lamentou.

Francisco defende a decisão de visitar o Iraque, apesar da pandemia de Covid-19, e disse que pretende ir ao Líbano, quando for possível.

“Eu prometi visitar o Líbano, mas o Líbano no momento está em crise, mas é uma crise, e eu não quero ofender, mas está em risco de vida. O Líbano é muito generoso”, salientou o Papa.