Umas das pessoas mais inteligentes que conheceu, um “magnífico colunista” e um amigo encantador. É assim que Paulo Portas, ex-ministro e ex-líder do CDS, mas também ex-diretor de “O Independente”, recorda Vasco Pulido Valente, que morreu esta sexta-feira.
“Era amigo dele e, seguramente, o Vasco Pulido Valente era das pessoas mais encantadoras como conversador, nomeadamente sobre história, sobre política e sobre literatura”, afirmou Paulo Portas à Renascença.
“Sem exagero, costumava dizer que o Vasco Pulido Valente era uma das pessoas mais inteligentes que conhecia e impressiona-me ter que o dizer, a partir de hoje, no passado, mas é realmente uma das pessoas mais inteligentes no sentido mais abstrato e puro da inteligência que conheci”, diz o ex-ministro.
Portas também recorda Pulido Valente como “um dos melhores historiadores portugueses ou para ser justo e exato o melhor historiador do século XIX e de uma grande parte do século XX portugueses”.
Entre as suas obras está “O Poder e a Povo”, que Portas considera “o livro mais luminoso sobre a história da I República, sem a qual não é possível perceber o século XX português. Um livro que o ex-ministro acha que “devia ser matéria de leitura obrigatória no sistema de ensino”.
“Era um magnifico colunista, muito disciplinado. Foi muito importante a adesão dele ao projeto de ‘O Independente’ e foi certamente uma das mais carismáticas colunas de opinião em vários órgãos de imprensa portuguesa”, continua Portas, recordando também como o colunista “usava o português escrito de forma primorosa e minuciosa”.
O historiador, ensaísta e comentador político português Vasco Pulido Valente morreu esta sexta-feira, em Lisboa, aos 78 anos.