Costa brinca com uso de máscaras. “Isto não é um assalto, é simplesmente um cliente”
12-05-2020 - 12:13
 • Susana Madureira Martins , com redação

O primeiro-ministro alerta para o facto de não ser "possível retomar atividade sem constrangimentos".

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O primeiro-ministro afirmou, esta terça-feira, que a utilização de máscaras pelos cidadãos nos espaços públicos pode dar a ideia de que se trata de “um assalto”.

António Costa falava esta terça-feira aos jornalistas no Palácio da Ajuda, em Lisboa, após a cerimónia de assinatura de um compromisso entre governo e parceiros sociais.

O governante brincou com a ideia de que a máscara pode assustar comerciantes e lojistas.

“Foi muito fácil fechar e é muito difícil reabrir, retomar os hábitos de uma forma diferente. É muito diferente entrar numa loja com máscara ou entrar numa loja sem máscara. Antigamente, entrava-se numa loja com máscara para a assaltar”, brincou o primeiro-ministro. “Agora, entra-se para proteger quem lá está, para nos protegermos a nós próprios. Temos de entrar e dizer: 'Isto não é um assalto, é um cliente que vem para comprar'.”

Costa lembrou ainda a importância das condições de segurança e higiene no comércio, nos serviços e restaurantes, aproveitando para anunciar que na próxima semana pretende ir a um restaurante para também demonstrar confiança.

Nesta ocasião, o primeiro-ministro alertou para a importância de manter as medidas de distanciamento social e de higiene para continuar a conter a propagação no novo coronavírus.

“Da parte do Governo podem contar, não só com diálogo permanente, mas também com uma determinação para a tomada de medidas para vencer esta crise”, sublinhou Costa, alertando para a importância do equilíbrio para a recuperação da economia do país.

Durante a sua intervenção mostrou-se compreensivo com o setor da restauração, cujos responsáveis reclamam das condições que terão de adotar aquando da reabertura de portas. “É preciso sermos francos. Não é possível retomar a atividade sem constrangimentos que geram incómodos”.

“Viver com o vírus implica viver com muitas limitações”, que são essenciais para que o cidadão tenha confiança. Segundo o governante, esta confiança é “fundamental para que toda a cadeia económica se possa estabelecer”.

Falando para uma plateia onde estavam os parceiros sociais, Costa garantiu de novo que até sexta-feira todos os pedidos de lay-off que entraram até final de abril vão ser pagos.