Vasco Faísca, atual treinador-adjunto do Vilafranquense, fez a maioria da sua carreira como jogador em Itália. Conhecedor profundo do futebol italiano, o antigo central acredita que este é o "momento certo" para Portugal defrontar a "squadra azurra".
Em declarações à Renascença, Faísca vê uma Itália "fragilizada" e com "pressão acrescida". "Se há momento certo para defrontar a Itália, é agora. Está fragilizada e ainda à procura de uma identidade nova".
"Pode ser um pau de dois bicos, porque os adversários podem estar com uma motivação extra. Sabem que é preciso dar mais, porque uma equipa como a Itália não pode estar fora do Mundial. Mas isto é uma pressão acrescida para os jogadores, muitos são jovens, o que pode trazer ansiedade e um rendimento inferior", adiantou.
O fim do "Catenaccio"
Com passagens pelo Vicenza, Padova, Ascoli, Matera, Maceratese e Virtus Francavilla, onde acabou carreira, Vasco Faísca analisou a mudança de paragidma no estilo de jogo típicamente italiano.
"Está em curso uma revolução cultural no futebol em Itália, que era conhecida pelo 'Catenaccio'. Defendiam bem e apostavam no contra-ataque, o que dominou durante anos o futebol de clubes e seleções".
"Há uma corrente de pensamento forte que está a ganhar força. Antes era uma minoria silenciosa. Esta luta encabeçada pelo Arrigo Sacchi luta para mudar este estilo italiano pouco estético, que é muito cínico e pragmático", adicionou.
Faísca acredita que esta alteração na mentalidade será o principal desafio de Mancini. "São precisos muitos anos de trabalho, até a nível de formação, para se mudar o 'chip' ao jogador italiano. Continuam a ser uma potência do futebol mundial e um país do futebol".
A partida entre Portugal e Itália tem data marcada para esta segunda-feira, às 19h45, no Estádio da Luz, a contar para a Liga das Nações. O jogo terá relato na antena da Renascença e acompanhamento, ao minuto, em rr.sapo.pt.