“Não há cigarros eletrónicos nem tabaco seguros”, alerta DGS
05-12-2019 - 19:07
 • João Pedro Barros

Casos de doença pulmonar grave e dezenas de mortes noutros países, especialmente nos EUA, levaram instituição a emitir um comunicado.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) alerta em comunicado, divulgado esta quinta-feira, que “não existem cigarros eletrónicos nem produtos de tabaco seguros, nomeadamente tabaco aquecido”. “Apresentam riscos para a saúde e não devem ser consumidos”, sublinha o texto.

A informação é divulgada a propósito de 2.290 casos de doença pulmonar grave registados desde agosto de 2019 nos Estados Unidos, incluindo 47 óbitos, que, segundo os Centers for Disease Control and Prevention (CDC), estão associadas à utilização de cigarros eletrónicos ou "vaping".

Em particular, a DGS e o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) desaconselham o uso de cigarros eletrónicos “que têm líquidos contendo canabidiol e outros derivados de canábis, acetato de vitamina E e diacetil”.

“Embora a investigação destes casos não esteja ainda concluída, o acetato de vitamina E, o canabidiol e outros derivados de canábis e o diacetil parecem ser substâncias associadas a estas lesões pulmonares”, sublinha a DGS, que acrescenta que casos semelhantes aos registados nos EUA estão “atualmente em investigação no Canadá, nas Filipinas, na Bélgica e na Suécia” e que a situação “tem vindo a ser discutida a nível da Comissão Europeia”.

Jovens e mulheres grávidas merecem aviso especial

A DGS identifica os grupos mais suscetíveis aos efeitos nocivos destes dispositivos: “Os cigarros electrónicos, com ou sem nicotina, nunca devem ser usados, particularmente por jovens, jovens adultos ou mulheres grávidas”.

Para além disso, a DGS frisa os utilizadores não devem modificar ou adicionar “quaisquer substâncias aos líquidos para cigarro electrónico legalmente comercializados e devidamente rotulados pelo fabricante” ou usar “líquidos ou produtos comprados fora dos circuitos legais de comercialização, incluindo através da Internet”.

A entidade elenca no comunicado uma série de males menores: se o cidadão ainda assim fumar, deve respeitar as “instruções de uso e contraindicações” e deixar os cigarros eletrónicos “fora do alcance das crianças”.

Os consumidores devem igualmente “estar atentos” e procurar um médico se sentirem “tosse, falta de ar, dor no peito, febre, calafrios, náuseas, vómitos, dor abdominal ou diarreia”. Os adultos que usam cigarros eletrónicos para deixar de fumar “não devem voltar a fumar” e são recomendados a “avaliar todos os riscos e benefícios e considerar a utilização de terapêuticas de substituição de nicotina aprovadas pelo INFARMED (a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), ou procurar apoio junto do seu médico ou de uma consulta de apoio à cessação tabágica”.