Rei da Jordânia recebe prémio por promover diálogo religioso
27-06-2018 - 13:29
 • Filipe d'Avillez

O Prémio Templeton é um dos mais prestigiados no campo da religião. É a primeira fez que é atribuído a um membro da realeza.

O Rei Abdullah II, da Jordânia, recebeu, esta quarta-feira, um prémio pelo seu trabalho em prol do diálogo e da cooperação entre muçulmanos de diferentes tradições.

O Prémio Templeton, no valor de cerca de 1,2 milhões de euros, é atribuído anualmente, desde 1973, a pessoas vivas que contribuíram de forma excecional para a afirmação da dimensão espiritual da vida, seja através de descobertas, teoria ou trabalho prático.

A primeira pessoa a receber o prémio foi a madre Teresa de Calcutá. Desde então, outras pessoas famosas foram galardoadas, incluindo Alexander Solzhenitsyn, Desmond Tutu, Billy Graham e o Dalai Lama. O anterior vencedor foi o filósofo Alvin Plantinga.

Segundo o comunicado da Fundação Templeton, que escolhe o vencedor e atribui o prémio, o Rei Abdullah tem sido uma das principais vozes na defesa do Islão moderado e as suas contribuições neste sentido incluem a sua “Mensagem de Amã”, de 2004, em que “articula uma compreensão clara dos elementos centrais do Islão, afirmando que o terrorismo e a violência não têm lugar na religião”.

A Fundação destaca ainda o papel desempenhado pelo Instituto Real Aal al-Bayt de Pensamento Islâmico, fundado pelo seu pai, o Rei Hussein, que promove a investigação com objetivo de promover a compreensão e cooperação entre muçulmanos de diferentes tradições.

Por fim, o Rei Abdullah foi também um dos principais promotores da iniciativa “Uma palavra comum entre nós e vós”, em que um número significativo de líderes muçulmanos endereçou uma carta aos principais líderes cristãos, apelando ao diálogo e à cooperação entre as diferentes religiões, com base nas tradições partilhadas de amor a Deus e ao próximo.

Embora o Prémio Templeton já tenha sido atribuído a um chefe de Estado, esta é a primeira vez que o vencedor é um membro da realeza.