O Papa Francisco aprovou esta quinta-feira o decreto da Congregação para a Causa dos Santos, que reconhece o milagre atribuído ao arcebispo de Varsóvia e primaz da Polónia, Stefan Wyszynski. O milagre que permitiu a beatificação relaciona-se com a cura inexplicável de uma jovem mulher de 19 anos diagnosticada com um cancro incurável na tiróide.
Homem-chave na resistência ao regime, Wyszynski serviu a Igreja entre os anos 1948 e 1981 e esteve preso durante três anos por se recusar a entregar três dos seus sacerdotes acusados de resistência anti-comunista. Apesar de preso, Wyszynski continuou a enviar mensagens aos católicos, afirmando que “a falta de coragem é o início da derrota de um bispo”.
Quando o Papa Pio XII, em 1953, o escolheu para cardeal, o regime impediu Wyszynski de viajar até Roma. No entanto, o primaz da Polónia foi sempre, ao longo dos anos, uma corajosa referência junto dos fiéis católicos.
Mais tarde, viria a ter um papel importante no conclave de 1978 que elegeu o jovem cardeal de Cracóvia, Karol Wojtyla, a quem terá profetizado: “Tu deves introduzir a Igreja no terceiro milénio.”
Impresso na memória ficou o comovente episódio dos dois amigos polacos abraçados, quando, na Praça de São Pedro, o velho cardeal tenta ajoelhar-se para jurar fidelidade ao novo Papa polaco e Wojtyla tenta impedi-lo com um abraço.
Wyszynski morreu em 1981, quinze dias depois do atentado contra João Paulo II. A data da sua beatificação ainda não foi anunciada.