Rui Moreira admitiu esta quarta-feira que tem dúvidas se era necessária a nova ponte que vai ligar Porto a Vila Nova de Gaia.
Durante um debate na assembleia municipal, o autarca portuense disse que "não era ali que fazia a ponte e não fazia a ponte com aquela altura".
Em reação, à Renascença, o professor catedrático de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Rio Fernandes, admite "estar em grande medida de acordo" com os pontos de Rui Moreira, mas não compreende o timing da intervenção do presidente da Câmara Municipal do Porto.
"Não percebo porque é que diz isto agora. Se ele esteve ao lado do ministro, se acompanhou todo o processo, como é que vem dizer que foi tudo mal conduzido? Não consigo perceber. Enquanto político responsável, não devia dizer isto agora", considera.
Para este especialista, o recurso ao tabuleiro da ponte da Arrábida seria uma opção mais sensata "e colocar o comboio numa nova ponte", ou seja, o comboio em vez de passar por Campanhã, teria uma estação na Boavista.
Uma solução que chegou a ser mencionada, recorda Rio Fernandes, mas que nunca foi devidamente discutida.
"Foi equacionado, mas apareceu o anúncio desta nova ponte sem haver uma discussão sobre as vantagens, incovenientes e uma avaliação ambiental estratégica", refere.
O professor catedrático explica que a construção da nova ponte "obriga a uma inserção do lado do Porto que é muito violenta".
"É uma ponte que obriga a ter um tabuleiro de uma certa largura. Vai ser uma ponte gigantesca. Podia ter dois tabuleiros mais estreitos, mas o caderno de encargos não permite isso. É muito restritivo e obriga a fazer uma ponte gigantesca", aponta.