Marcelo e os corredores humanitários. "É por aí que se deve começar" para chegar ao cessar-fogo
03-03-2022 - 21:03
 • Susana Madureira Martins , André Rodrigues

Presidente da República esteve com Carlos Moedas na inauguração de um centro de acolhimento para refugiados com uma centena de camas. Autarca de Lisboa diz que a cidade está "preparadíssima" para ajudar quem não consegue regressar à Ucrânia e quem chegar a Portugal em fuga da guerra.

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O Presidente da República declara-se satisfeito com a abertura de corredores humanitários na Ucrânia, decidida na ronda negocial desta quinta-feira entre as delegações da Rússia e da Ucrânia que se encontraram na cidade bielorrussa de Brest.

De visita a um centro de acolhimento de refugiados em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa disse que esse é o primeiro passo rumo à prioridade, que é o cessar-fogo.

"É por aí que se deve começar", sublinha o Chefe do Estado que, no entanto, acrescenta que "o ideal era haver um cessar-fogo, mas corredores humanitários são um começo de olhar para as pessoas, para o seu presente e para o seu futuro".

O passo seguinte é "continuar a fazer tudo para chegar ao cessar-fogo, porque isso é abrir o caminho para que as condições humanas, sociais, psicológicas, contribuam para o caminho da paz, que é esse que se pretende".

Marcelo disse, ainda que é sua intenção convocar o Conselho de Estado "em tempo oportuno" para tomar uma posição complementar àquilo que tem sido feito pelo Governo, no quadro do conflito no Leste da Europa.

Os acontecimentos exigem "prudência, sensatez e moderação por parte dos responsáveis", não obstante as pressões mediática e da opinião pública.

O centro de acolhimento de refugiados inaugurado esta quinta-feira no pavilhão desportivo da Polícia Municipal de Lisboa, na freguesia de Campolide, tem a capacidade de uma centena de camas para "ajudar ucranianos que já cá estão e que não conseguiram regressar a casa, mas, também, preparar com planeamento aquilo que vai ser os refugiados que vão chegar", disse Carlos Moedas numa conferência de imprensa.

No mesmo local, quem chegar da guerra na Ucrânia, poderá receber assistência médica, tratar de documentação e obter apoio da Segurança Social.

"Eu acho que isso faz toda a diferença: acolher as pessoas de maneira organizada e coordenada. Toda esta tristeza que vivemos ao olhar para todos os estes irmãos ucranianos e podemos dizer que estamos preparados, infelizmente preparados para aquilo que ninguém queria estar preparado. Mas é nestes momentos que podemos fazer a diferença com preparação e coordenação".

Moedas garante que "Lisboa está preparada" para dar resposta às necessidades.

Nos últimos dias, a autarquia recebeu "mais de 800 contactos em que dois terços foram para ajuda, para doar coisas, e um terço dos contactos foram de pessoas que realmente precisam de ajuda".