​Bispos portugueses manifestam “total apoio” ao Papa
03-09-2018 - 16:27
 • Aura Miguel

Carta em que partilham o sofrimento e orientações do Papa foi lida no Simpósio do Clero, que decorre em Fátima.

Os bispos portugueses associam-se ao “sofrimento do Santo Padre e de toda a Igreja” e comprometem-se a seguir as suas orientações para erradicar os abusos de menores. E quiseram deixar o seu “total apoio” numa carta enviada ao Papa Francisco e divulgada esta segunda-feira no Simpósio do Clero.

A carta começa precisamente por dizer que “os bispos de Portugal” reunidos em Fátima para este simpósio “aproveitam esta ocasião para, antes de mais, agradecer a Sua Santidade a oportuna e corajosa Carta ao Povo de Deus sobre o drama do abuso de menores por parte de membros responsáveis da Igreja”.

A “Carta ao Povo de Deus” foi divulgada no dia 20 de agosto, depois de ser conhecido um relatório do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, dando conta de terem sido cometidos abusos ao longo de 70 anos que atingiram mais de mil vitimas. Nessa carta, Francisco expressa “vergonha e arrependimento” pelos crimes cometidos na Igreja e pede a todos os católicos que se envolvam na condenação de abusos de menores e na solidariedade com as vitimas.

“Também nós partilhamos o sofrimento do Santo padre e de toda a igreja e propomo-nos seguir as orientações para erradicar as causas desta chaga”, escrevem agora os bispos portugueses, a seguir, fazem uma referência implícita à carta do monsenhor Vigano, ex-núncio apostólico em Washington, que pediu a renúncia de Francisco.

“Neste momento, perante tentativas de pôr em causa a credibilidade do Seu ministério, queremos manifestar-lhe a nossa fraterna proximidade e o total apoio à sua pessoa, a pela comunhão com a sua missão de Pastora universal e a completa adesão ao seu magistério”, escrevem os bispos na carta que suscitou muitos aplausos quando foi lida no Centro Paulo VI onde decorre o Simpósio.

A carta dos bispos termina, em jeito de oração, pedindo a intercessão de Nossa Senhora de Fátima “para que Deus fortaleça” o Papa “na incansável missão de animar, orientar, e renovar a igreja com ‘a alegria do Evangelho’”.