O exército iraquiano está literalmente às portas da cidade de Fallujah, uma das mais importantes cidades em mãos do Estado Islâmico, e com grande importância estratégica.
Quando o Estado Islâmico começou a sua expansão no Iraque, em 2014, Fallujah foi das primeiras cidades que ocupou, apanhando o regime de surpresa. É a partir desta cidade que o grupo terrorista lança vários atentados contra alvos na capital, Bagdad, incluindo uma campanha de atentados suicidas que nas últimas semanas fez centenas de mortos.
Dois anos mais tarde, é precisamente aqui que o Governo quer levar a cabo o primeiro grande golpe contra o grupo terrorista, dando início ao que esperam ser uma campanha de reconquista que verá a reocupação de outras cidades cruciais, incluindo Mossul.
O assalto a Fallujah está a ser chefiado pelas forças de elite do Iraque e conta com o apoio de especialistas internacionais, incluindo americanos. Fallujah é um bastião sunita, pelo que as milícias xiitas que lutam ao lado do Governo contra o Estado Islâmico optaram por não participar na campanha, para não inflamar as tensões sectárias no país.
O avanço até à cidade foi relativamente rápido, mas um contra-ataque por parte do Estado Islâmico obrigou a interromper a marcha. Segundo porta-vozes do Exército, os soldados do regime estão sob fogo cerrado, mas bem entrincheirados.
A concretizar-se, a tomada de Fallujah será uma grande vitória para o Governo do Iraque, mas o custo humanitário pode ser enorme. Estima-se que ainda haja cerca de 50 mil civis na cidade e que as famílias que vivem mais perto do centro estão a ser usadas como escudos humanos pelos jihadistas. A ocupação da cidade obrigará certamente a duras lutas de rua e será difícil evitar que morram civis.