Não é absoluta, mas é super. Merkel alcança maior vitória desde 1990
23-09-2013 - 06:35
 • José Pedro Frazão, enviado a Berlim

A chanceler alemã renova o mandato e ganha poder com um resultado muito próximo da maioria absoluta, algo que só ocorreu no país em 1957.

Angela Merkel reforça o seu poder no fim das eleições na Alemanha. A chanceler foi reeleita com cerca de 42% dos votos e só por pouco não conseguiu a maioria absoluta – algo que só aconteceu no país em 1957.

A dirigente da CDU apelidou os resultados de “super vitória”. Foi a maior maioria da democracia alemã desde Helmult Khol, há 23 anos.

Os liberais quase desapareceram do mapa – foram relegados para a irrelevância política.

– e Angela Merkel terá agora de encontrar novo parceiro de coligação. Os Verdes são uma opção. O SPD subiu, mas foi copiosamente derrotado. O partido mergulha esta segunda-feira em reuniões directivas.

Angela Merkel tem, por isso, agora de encontrar novo parceiro de coligação. Tal como em Portugal, as relações entre o maior partido da esquerda e as formações mais pequenas são difíceis. Verdes e a coligação de extrema-esquerda estão no patamar dos 8%. Desceram votações e apenas os Verdes entram em contas de coligação.

No sentido contrário, uma votação surpreendente nos eurocépticos do AFD, que defendem que a maioria dos países do Sul não deve estar no euro. Com apenas quatro meses de vida, este partido ficou a apenas uma décima da eleição de deputados.

Tudo na mesma
Na leitura do professor Fausto Quadros, especialista em Direito Comunitário e conhecedor da política alemã, Portugal não deve esperar grandes mudanças de discurso em Berlim.

Na Alemanha, o que se pode extrair da campanha eleitoral é que Angela Merkel se mantém defensora do euro e deve manter a sua boa relação com o Governo português, sempre pedindo “responsabilidade orçamental”.

Em Bruxelas, também não se esperam mudanças, até porque a vitória esmagadora da chanceler significa um sinal verde à política seguida até aqui.