Reestruturação da TAP. Mais de três mil milhões em cinco anos e 4.000 postos de trabalho cortados
10-12-2020 - 01:04
 • Paula Caeiro Varela

Governo apresentou plano de reestruturação aos partidos que prevê que a companhia aérea só deixe de precisar de ajuda em 2025.

São mais de três mil milhões de euros até 2025, se tudo correr como nas contas do governo, que acredita que a partir desse ano a TAP volta a ter resultados positivos. São números do plano de reestruturação da TAP apresentados esta quarta-feira aos partidos pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

Em números certos, são 2.058 milhões de euros, repartidos ao longo dos próximos quatro anos, entre injeções de dinheiros públicos e garantias de Estado.

A este valor somam-se ainda os 1.200 milhões de euros de ajudas do Estado à TAP só este ano.

Para 2021, o plano de reestruturação da companhia aérea que o Governo tem de entregar esta quinta-feira em Bruxelas, prevê um montante de 970 milhões de euros, segundo apurou a Renascença.

Um valor bastante acima do valor inscrito no Orçamento do Estado, que é de 500 milhões de euros.

O ministro das Finanças avisou na apresentação do orçamento que esse valor era provisório, sabe-se agora que é quase o dobro. Mesmo assim, a líder parlamentar socialista, Ana Catarina Mendes, não hesitou esta quarta-feira em dizer que não se coloca “neste momento a hipótese de um orçamento retificativo”.

O plano do governo prevê que, em 2022, o valor das ajudas à TAP seja de 442 milhões de euros, somando mais 319 milhões em 2023 e ainda 327 milhões de euros em 2024.

Se tudo correr bem, a TAP deixará de precisar de ajuda em 2025, Nos documentos que devem ser entregues esta quinta-feira em Bruxelas, está previsto um resultado positivo de 30 milhões de euros em 2025.

Para além da venda de aeronaves, as ajudas do Estado não chegam para travar milhares de despedimentos: o governo admite que podem ser 4 mil os postos de trabalho cortados no curto prazo.

Entre rescisões, não renovação de contratos e outras formas de terminar vínculos laborais, só até ao fim deste ano devem sair 1.600 trabalhadores.

E outros 1.000 até março.