Resposta do INEM pode ser afetada devido a greve
22-10-2021 - 07:51
 • Anabela Góis , Olímpia Mairos

Além da revisão da carreira e melhores condições de trabalho, os técnicos de emergência pré-hospitalar exigem salários dignos e abertura de concursos para fixar profissionais.

Em luta por melhores condições de trabalho e a revisão da carreira, os técnicos de emergência hospitalar estão esta sexta-feira em greve, por isso, a resposta do INEM pode vir a ser afetada.

O presidente Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar (STEPH) confirma existirem serviços mínimos, ainda assim, podem haver atrasos.

“Sendo uma greve geral afetará todos os serviços, sendo que esforçar-nos-emos para que sejam cumpridos os serviços mínimos. Mas é de esperar que haja um atraso, quer no socorro das ambulâncias, quer no próprio atendimento das chamadas nos CODU que vão estar a funcionar também com um número abaixo do normal”, diz Rui Lázaro à Renascença.

O sindicalista admite que poderá existir alguma demora no atendimento, mas realça que “uma greve tem esse efeito, para que se perceba que é fundamental para que nos deem melhores condições para salvar mais vidas, para além daquelas que estão a ser salvas, e que não se percam vidas”.

Segundo Rui Lázaro, o INEM precisa de 1.400 técnicos pré-hospitalares e tem apenas 950. Se as condições não mudarem, os concursos vão continuar sem interessados.

“Hoje mesmo recebemos denúncias de trabalhadores que estão a ser coagidos para não fazerem greve, o que é gravíssimo. Sairá a respetiva denúncia para o Ministério Público. Isto tem traduzido e aumentado a taxa de abandono que, por si só, já é elevada e, se não for feito nada urgentemente, o INEM corre o risco de deixar de conseguir prestar o serviço que cada vez está mais condicionado”, refere o dirigente sindical.

Entre as várias queixas, os trabalhadores apontam a frota envelhecida de ambulâncias, a falta de condições nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes - CODU e a carência de fardamento e equipamento de proteção individual com qualidade.

O presidente do sindicato, Rui Lázaro, explica que os motivos são os que têm vindo a ser reivindicados pela estrutura sindical e que se mantêm sem resposta, "apesar da reunião de julho, onde foram assumidos compromissos" pela tutela.

Segundo o STEPH, o Acordo Coletivo de Carreira Especial, cujo processo negocial ficou concluído em 2018, está ainda por publicar, passados três anos.

Decretada pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar (STEPH), a greve começou às 00h00 e termina às 24h00.

Para as 11h00, está marcada uma concentração em frente às instalações do INEM, em Lisboa.