Indústria quer comida para animais de estimação com IVA reduzido
17-05-2023 - 18:01
 • Cristina Nascimento , João Campelo (sonorização)

Medida permitiria evitar o abandono de milhares de cães e gatos, defendem representantes do setor da alimentação para animais.

A IACA - Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais defende uma redução da taxa de IVA para os alimentos para animais de estaamção para os 13%. O apelo é lançado pelo secretário-geral da IACA, Jaime Piçarra, que considera a medida essencial para travar o abandono de cães e gatos.

“Os últimos dados que temos é 43 mil animais, no mínimo, que são abandonados e a realidade, de facto, envergonha-nos. Não queremos que existam mais animais abandonados, correndo o risco de haver problemas de saúde pública".

"Há a necessidade de reduzirmos o IVA dos alimentos, a ‘pets food’ de 23% para 13%, e já não estamos a pedir 10%, que é o nível de Espanha", reforça.

Jaime Piçarra lembra que deste modo "muito mais gente" conseguirá "alimentar os seus animais de uma forma digna" e "evitar o abandono, que isso é o que nos preocupa”.

Na edição desta semana do podcast "Compromisso Verde" debate-se a pega ecológica dos animais de estimação, dado que estudos recentes apontam que possa ser o equivalente à utilização de um carro. Segundo os mesmos estudos, o impacto da produção de comida para animais será, dentro deste setor, o setor mais responsável pela pegada ecológica.

Jaime Piçarra assegura que esta é uma preocupação da indústria e que têm tomado várias medidas no sentido de a minimizar, nomeadamente, a utilização de matérias-primas locais e que são consideradas desperdício. Jaime Piçarra adianta ainda que estão a estudar alternativas, entre as quais "algas e insetos, como fonte de proteína", estratégia "para contribuir para que a alimentação seja cada vez mais sustentável e com impacto ambiental o menor possível.

O secretário-geral da IACA revela mesmo que um dos objetivos do InsectERA, projeto financiado também pelo PRR, é "Portugal ter um cluster na produção de insetos e oferta ao mercado de insectos e ser líder". O InsectERA tem um investimento um investimento de cerca de 60 milhões de euros e uma previsão de tempo de investigação de três anos, acrescenta.

Apesar dos inconvenientes ambientais da indústria alimentar para animais, o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, enaltece a evolução que este setor trouxe para o bem-estar animal.

“São dietas equilibradas, adaptadas, muitas vezes a certos e determinados tipos de animais, quer de raças, quer a animais que sofrem determinadas patologias", explica.

O podcast "Compromisso Verde" é uma parceria Renascença/Euranet Plus.