NATO confirma: míssil que atingiu a Polónia teve origem na Ucrânia e não na Rússia
16-11-2022 - 12:07
 • Joana Azevedo Viana

Ainda assim, o secretário-geral da NATO defende que "a culpa não é da Ucrânia", mas sim da Rússia, por manter em curso a "guerra ilegal" contra Kiev.

O ataque de ontem à noite que vitimou duas pessoas na fronteira polaco-ucraniana teve origem na Ucrânia e não na Rússia, confirmou esta quarta-feira o secretário-geral da NATO.

Em conferência de imprensa, depois de uma reunião de emergência dos aliados, em Bruxelas, Jens Stoltenberg disse que o incidente terá sido causado pelo sistema de mísseis da Força Aérea ucraniana.

O responsável da aliança adiantou que não há qualquer indicação de que se tenha tratado de um ataque deliberado nem de que a Rússia esteja a preparar uma ofensiva militar contra Estados-membros da NATO.

Ainda assim, Stoltenberg refere um "incidente infeliz" cuja responsabilidade recai, em última instância, sobre a Rússia.

"Isto não é culpa da Ucrânia. A Rússia carrega a responsabilidade última [pelo incidente] na medida em que continua a sua guerra ilegal contra a Ucrânia."

As declarações seguiram-se às do Presidente da Polónia, Andrzej Duda, que já tinha indicado uma "elevada probabilidade" de o míssil ter sido lançado a partir da Ucrânia e não da Rússia, no que os aliados classificam como um erro de cálculo da parte de Kiev.

Esta manhã, duas fontes com conhecimento da análise oficial dos EUA ao incidente já tinham indicado que o míssil a atingir a Polónia ontem teria sido lançado a partir da Ucrânia e não da Rússia, apesar de o míssil ser de fabrico russo -- isto depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter destacado que era "improvável" que o ataque tivesse tido origem na Rússia.

O míssil em questão atingiu os arredores da zona rural polaca de Przewodow, a cerca de seis quilómetros a oeste da fronteira com a Ucrânia.

O ataque teve lugar à mesma hora em que a Rússia lançou a sua maior ofensiva com mísseis em mais de um mês contra uma série de cidades ucranianas, destruindo mais infraestruturas elétricas. Já esta amanhã, as sirenes de ataques aéreos voltaram a soar em toda a Ucrânia face à iminência de renovados bombardeamentos russos.