Ordem dos Médicos pede reforço das urgências para responder à vaga de calor
11-07-2022 - 08:35
 • Teresa Almeida , Olímpia Mairos

Para o bastonário já deveriam estar no terreno campanhas de ajuda à população. Miguel Guimarães alerta para a subida do índice de mortalidade.

A Ordem dos Médicos defende que devia ter sido anunciado um plano de contingência para a área da Saúde, para fazer face às temperaturas muito elevadas previstas.

No entender do bastonário, os serviços de urgência deviam ser reforçados tendo em conta que vai haver uma maior afluência de doentes as urgências.

“Nós vamos ter uma afluência obviamente maior aos cuidados de Saúde porque há muitos doentes, sobretudo com doenças respiratórias, que com temperaturas a rondar os 40 graus vão acabar por recorrer ao serviço de urgência. O que significa que os serviços de urgência deviam ser reforçados. Isto é uma medida importante para evitar males maiores”, diz Miguel Guimarães.

Para bastonário da Ordem dos Médicos, já deveriam estar no terreno campanhas de ajuda à população.

“O Ministério da Saúde, a ministra da Saúde e a própria Direção Geral da Saúde já deviam ter falado nessas coisas. Isto é, neste momento já devia haver vários anúncios às pessoas para evitarem estar ao sol, para estar em sítios mais refrescados, para beberem quantidades de água muito maiores que aquelas que fazem habitualmente ou quem tem doenças associadas, sobretudo doenças do foro respiratório, cardíaco, do foro nefrológico, etc., são pessoas mais frágeis e que precisam de facto de ter alguma orientação.”

Face ao aumento das temperaturas alerta que é expectável a subida do índice de mortalidade, sinalizando que grande parte das urgências não dispõem de ar condicionado.

Segundo Miguel Guimarães, as medidas de prevenção e de combate a estas condições climatéricas devem ser feitas por antecipação. “Devia começar pelo menos uma semana antes de isto acontecer. Isto é, se os nossos serviços meteorológicos já sabem que isto ia acontecer agora, estas medidas de prevenção devem começar o mais cedo e chegar a todas as pessoas.”

O bastonário admite que o plano podia ter sido anunciado por José Luís Carneiro, no sábado, depois de ter estado numa reunião em que participou a ministra da Saúde.

“Não ouvi falar a ele nem a ninguém das pessoas que lá estiveram, e teoricamente estavam lá os ministros, ou estavam lá os representantes de ministros sobre a questão do reforço que é necessário, dos cuidados de Saúde porque eu acho que é importante”, remata.

Portugal continental entrou à meia-noite em situação de contingência, devido às previsões meteorológicas dos próximos dias que apontam para o agravamento do risco de incêndios rurais.