Greve climática. Jovens portugueses voltam a sair à rua pelo ambiente a 13 de março
11-02-2020 - 13:26
 • Renascença

A próxima greve climática estudantil pretende pedir aos governos mundiais medidas que permitam "atingir as metas para a neutralidade carbónica".

Os ativistas portugueses mobilizados contra as alterações climáticas voltam a sair à rua a 13 de março. A próxima greve climática estudantil (GCE) segue o apelo do movimento internacional "Fridays For Future", iniciado pela jovem ativista sueca Greta Thunberg, e pretende voltar a colocar as questões ambientais na ordem do dia.

A organização da GCE Portugal anunciou esta terça-feira que o objetivo da nova mobilização passa por promover uma "onda pela justiça climática na primavera de 2020", depois dos quatro movimentos nacionais organizados ao longo do ano passado.

O coletivo estudantil tem vindo a promover, além das manifestações por todo o país, movimentos individuais e regionais que pretendem consciencializar os órgãos de poder locais e nacionais, dos quais afirmam ainda não ter uma "resposta suficientemente ambiciosa, face à ameaça cada vez mais intensificada da crise climática”.

Como motivações para a nova manifestação, os ativistas apontam a "ineficácia" da ação governamental na ação de combate à crise climática. No caso português, referem algumas das medidas do Orçamento de Estado para 2020, que consideram desviar-se "do compromisso de atingir as metas para a neutralidade carbónica" até 2030, ressaltando a construção do novo aeroporto no Montijo.

A exploração de gás e de lítio, as dragagens no rio Sado ou o serviço insuficiente da rede nacional de transportes públicos são outros dos motivos apresentados.

A GCE Portugal pede a introdução de medidas que permitam "abrir caminho para a construção de uma sociedade que se adapte aos efeitos das alterações climáticas", a nível nacional e também global. O objetivo é alertar para a possibilidade de "um futuro digno e livre de opressões", através da união a outras causas — como a feminista ou a antirracista.

Lisboa (15h00), Porto (hora a definir), Aveiro (10h30), Penafiel (10h30) e Pico (10h30) são as localidades com ações já confirmadas. A greve às aulas deverá espalhar-se por outras regiões do país em simultâneo, de acordo com os movimentos anteriormente realizados.

O movimento "Fridays For Future", que em Portugal é representado pelos núcleos nacional e locais da Greve Climática Estudantil, foi iniciado pela jovem ativista sueca Greta Thunberg, que esteve em Portugal em novembro passado.

Segundo os dados apontados pela organização global, as greves já reuniram mais de 13 milhões de participantes em 94.000 eventos, espalhados por cerca de 228 países.

Veja as imagens da greve mundial pelo clima em março de 2019: