Quinta-feira, 09 de setembro de 2021
Depois de tanto calor e seca extrema,
Depois de tantos fogos e vidas em sobressalto,
Depois de tanto medo e incerteza
Há-de chegar – assim se espera – a calma
A que setembro nos habituou.
As folhas dos incêndios,
Voltarão a ser ocres
Talvez estejam
Orvalhadas p´la manhã.
Nas carumas dos pinheiros
Passará a luz,
Dourada e suave.
E confiantes
Havemos de percorrer caminhos sem poeira.
A esta hora de tudo meditar,
Hão-de as minhas mãos ser uma prece.
Que eu retenha, e espalhe por aí esta paz que desejo e adivinho.
Peço-Te que me ensines
Que a todos nós ensines,
Neste tempo de silêncios interrogados,
A graça da partilha.
Dá-nos, Senhor, a purificação que os desertos oferecem
aos que ousam percorrê-los.
E permite que a vida surja e ressurja em cada dia.